A proposta de criação do Conselho Municipal de Economia Criativa para fortalecer, fomentar e buscar atratividade financeira para expansão e desenvolvimento do setor foi um dos pontos de destaque discutidos no Encontro da Cadeia Produtora de Economia Criativa de Santos, realizado nesta sexta-feira (17), no Sesc-Santos.
Mais de 100 produtores e empreendedores dos segmentos de pesquisa e inovação, artes plásticas e artesanato, design, gastronomia, cinema e audiovisual e música e literatura, além da sociedade civil organizada, participaram do evento, que também colocou em evidência o encontro mundial da rede de Cidades Criativas, da Unesco, que o Município sediará em 2020. A realização foi da Secretaria Municipal de Governo (Segov), com apoio do Sesc e do Sebrae.
A minuta com a proposta de criação do Conselho deve ser entregue ao prefeito Paulo Alexandre Barbosa até o final de junho, para posterior encaminhamento à Câmara Municipal. “O Conselho será a valorização da capacidade criativa da Cidade. Santos é reconhecida internacionalmente por seu potencial, qualidade de vida e equipamentos públicos. Mas seu maior valor é o capital humano. Adotamos a economia criativa como política de governo e temos a expectativa de que ela seja uma política pública para o desenvolvimento econômico, social e urbano”, afirmou o titular da Segov, Rogério Santos.
O Escritório de Inovação Econômica e a Coordenadoria de Economia Criativa, as Vilas Criativas e a Ecofábrica Criativa foram algumas das ações realizadas pela Prefeitura mencionadas por ele, que ainda explanou sobre o planejamento do encontro de 2020, com previsão de atividades paralelas por toda a Cidade. À frente do Escritório de Inovação Econômica, André Falchi, da Segov, também salientou que “o Conselho constituído e a força do selo da Unesco abrirão mais portas para investidores internos e externos. Será uma iniciativa importante para que possamos colocar a cadeia produtiva para se encontrar e deliberar sobre ela própria junto ao poder público”.
Grupos temáticos discutem ideias
Após a abertura, participantes, divididos em grupos temáticos, se debruçaram sobre suas áreas com o objetivo de propor ideias a partir da pergunta-chave: como o poder público pode contribuir com seu negócio? O resultado dos debates será compilado em um documento a ser entregue à Segov para discussão de políticas públicas.
“O intuito é fazer com que a cadeia produtiva nos mais diversos segmentos possa se olhar e se conversar e, a partir daí, dialogar com o poder público para que possamos verificar políticas mais eficazes. Esperamos que brotem ideias não só em relação a políticas públicas, mas também a eventos cogeridos”, disse Falchi.
O presidente do Conselho de Cultura, Júnior Brassaloti, participou das discussões em um dos grupos. “Espero que daqui saia algo construtivo e políticas públicas aplicáveis na Cidade. É importante partirmos para a ação. É preciso gerar um polo produtor para que a classe artística consiga sua subsistência”. O encontro contou ainda com intervenção artística do personagem Cara de Papel, com seu acordeão, deixando a mensagem do valor da criatividade e da necessidade de união das potencialidades para a transformação das relações humanas.
Também estavam o secretário de Cultura, Rafael Leal; o especialista de negócios do audiovisual do Sebrae, José Carlos Aronchi; o produtor do Curta Santos, Ricardo Vasconcelos; o gerente do Sesc-Santos, Neto Figueiredo; ainda, Rodrigo Savazoni, do Instituto Procomum; Denise Covas, do Lab 4D; Gabriela França, do Viver em Santos e Região; Heitor Cabral, do Encontro de Criadores.
Santos possui o selo da Unesco de Cidade Criativa em Cinema desde 2015. De acordo com definição do Sebrae, entende-se por economia criativa o conjunto de negócios baseados no capital intelectual e cultural e na criatividade que gera valor econômico. A indústria criativa estimula a geração de renda, cria empregos e produz receitas de exportação, enquanto promove a diversidade cultural e o desenvolvimento humano.