Especialistas preveem maior competição pelos cargos municipais | Boqnews
Foto: Nelson Jr./ASICS/TSE

Disputa eleitoral

26 DE JULHO DE 2020

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Especialistas preveem maior competição pelos cargos municipais

Mudança nas datas eleitorais deverá prevalecer para que haja maior disputa durante o pleito

Por: Da Redação

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Aprovada em julho, a PEC que adiou as eleições municipais para novembro (dia 15, primeiro turno; e 29, segundo) deixarão as disputas dos pleitos municipais mais competitivas, conforme prevê o consultor político e jornalista, Gaudêncio Torquato, professor da ECA-USP.

As prorrogações das datas de votação, anteriormente previstas para os dias 4 e 25 de outubro, ocorreram em razão em razão da pandemia de coronavírus por recomendação das autoridades sanitárias.

A biometria até então obrigatória em boa parte dos municípios também não será adotada em razão da doença.

Na visão de Torquato, estas eleições serão um teste para a chamada “velha política”, denominação que ganhou bastante destaque após a entrada de novos personagens

Recentemente, ao tratar do tema, o ex-presidente da República, Michel Temer (MDB), em entrevista concedida ao site UOL, relatou que a expressões “velha e nova política” são normalmente usadas para fins eleitoreiros, afim de atribuir ao candidato oposto a ideia de práticas ultrapassadas, não tendo nenhum fundamento sólido.

Povo indignado

“Muitos prefeitos não conseguirão se reeleger. O povo está indignado. Está dando as costas à política atualmente”, prevê o especialista, ressaltando que as campanhas deste ano deverão abordar questões voltadas à saúde e à educação.

Torquato também ressalta que os novos candidatos serão, de certa forma, beneficiários desse adiamento, pois terão mais tempo para expor suas ideias ao eleitorado.

“Os atuais prefeitos e vereadores já contam com o conhecimento do eleitor, apesar da inexorável inclinação do cidadão de passar uma vassoura nos velhos padrões”, afirma. Ao mesmo tempo, ele levanta a questão: ”Quem mais poderá se beneficiar do momento e das circunstâncias de uma eleição “contaminada” pelo danado do novo coronavírus?”.

Em contrapartida, segundo o pesquisador, os prefeitos e até mesmo governadores que trabalharam bem no combate à pandemia serão recompensados, pois o covid-19 deverá ser o tema central das campanhas deste ano.

Mulheres à frente

Devido ao tato com o público, e também mais solidariedade com os temas educacionais e de saúde, as mulheres terão um papel privilegiado nesta eleição.

Em um de seus artigos, Torquato projeta que as mulheres ficaram evidenciadas na conjuntura de crise.

“Elas são mais falantes e valentes na crítica aos precários serviços públicos”, complementando que a maior participação feminina nas atividades do cotidiano deverão ser “reconhecidas”, merecendo o voto de fortes parcelas eleitorais.

Já para o cientista político Fernando Chagas, a participação do gênero feminino na política nacional ainda é ínfimo, não representando a sua presença significativa na população brasileira – que representa 51,8% dos brasileiros, mesmo tendo conseguido mais espaços nos últimos anos.

“A legislação eleitoral prevê que os partidos devem preencher suas chapas com 30%, no mínimo, de candidatos ou candidatas de cada sexo, porém essa condição não é suficiente para garantir a participação competitiva de mulheres nas disputas eleitorais”, pontua.

Chagas não acredita que este cenário mudará nas eleições deste ano, mostrando a baixa representatividade feminina nas Câmaras Municipal.

Partidos e datas

Nos últimos pleitos alguns partidos vêm perdendo forças, enquanto outros se aproveitam desses fatores e se alavancam entre os eleitorados.

Neste ano, segundo o cientista político Rafael Moreira, um ponto importante que devera ser levantado é que, “pela primeira vez em uma eleição municipal, o presidente não está afiliado a qualquer partido político”.

Na visão dele, a ampliação de bolsonaristas por vários campos políticos pode dificultar este perfil na hora de eleger mais vereadores, pois não existirão coligações partidárias.

Algo que também impactará na campanha eleitoral municipal, segundo Moreira, será o curto período em que o segundo candidato à prefeitura municipal terá para tirar a vantagem do líder da disputa ao cargo.

“E com a redução no tempo de campanha, por termos menos tempo, isso dará uma vantagem maior aos que já têm mandato. Quando foi aprovada a reforma, a estratégia era essa: a manutenção do status quo. Pois quem possui mandato tem mais exposição na imprensa, o que ajuda a construir a imagem ao eleitor”, assegura

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