O secretário de Portos e Empregos da prefeitura de Santos, Bruno Orlandi, garante que os caminhões instalados em terrenos na Prainha do Ilhéu e na Areia Branca, ambas na Zona Noroeste, deixarão os locais até o final do mês.
“Estamos nos avanços finais”, esclareceu, durante o Jornal Enfoque desta segunda (4).
A ideia inicial é que a mudança ocorresse até a semana passada, mas questões burocráticas impediram agilizar a alteração.
“Queremos resolver todas as pendências, entre caminhoneiros, moradores e início das obras para construção de habitações populares. Mas a saída dos caminhões ocorrerá até o fim do ano”, garante.
Ambos os terrenos cedidos para os veículos funcionam provisoriamente para fins de habitação popular nas atuais áreas na Zona Noroeste.

Secretário Bruno Orlandi falou dos planos da pasta durante o Jornal Enfoque, apresentado pelo jornalista Francisco La Scala (à dir). Foto: Carla Nascimento
Estacionamentos provisórios
Em razão da falta de áreas para estacionamento de caminhões tanto a prefeitura, associação dos caminhoneiros e a Autoridade Portuária acertaram a instalação de estacionamentos provisórios em ambos os terrenos, alvo de críticas por parte dos moradores.
Ambos localizados no Bom Retiro (Prainha do Ilhéu) e Areia Branca.
No primeiro, as obras para a construção de 574 apartamentos , o Santos AB-Prainha, já iniciaram.
A primeira fase do projeto, com quatro prédios, com entrada pela Avenida Jornalista Paulo Matos, deve ser entregue até junho de 2024.
Os outros cinco edifícios, com entrada pela Rua Zeonor Paiva Magalhães, têm entrega programada para o final de 2025.
Assim, o investimento total é de R$ 105,5 milhões.
Dessa maneira, a área do projeto é de 63 mil m².
Aliás, foi cedida pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU), do Governo Federal, para o Município.
O empreendimento é fruto de parceria da Prefeitura de Santos com a CDHU, do Governo do Estado, pelo Programa Vida Digna.

Ministro Silvio Costa esteve em Santos em novembro quando anunciou a liberação de dois terrenos, de forma provisória, para estacionamento de caminhões. Foto: Fernando De Maria/Arquivo
Vinda do ministro
Em novembro, o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, esteve em Santos para sacramentar a cessão de duas áreas outrora ocupadas pela antiga empresa Libra na Avenida Mário Covas (Av. Portuária).
Aliás, a medida é provisória, como esclareceu o presidente da Autoridade Portuária, Anderson Pomini.
Isso até que um novo ecopátio seja erguido na confluência entre as vias Anchieta e Imigrantes, próximo à ilha Caraguatá e Jardim Nova República, junto ao Bolsão 8, em Cubatão.
A nova área terá 500 mil m2 e a licitação para a montagem do espaço para abrigar caminhões será lançada em janeiro.
A previsão é que a obra seja entregue até o final do próximo ano para solução definitiva.
Mais assuntos
O secretário Bruno Orlandi, que é vereador licenciado, falou também sobre os planos da pasta, especialmente no tocante à geração de empregos.
Por sua vez, ele reconhece que a automação portuária significa uma redução no número de postos de trabalho no porto, mas novas alternativas são possíveis visando a qualificação profissional.
Cita, por exemplo, as mudanças na Lei de Uso e Ocupação do Solo para a área continental de Santos, de forma a prepará-la para receber uma Zona de Processamento de Exportação, áreas de livre comércio, a segunda em São Paulo.
Assim, abrem-se oportunidades para novos empregos no setor industrial.
Dessa maneira, no Brasil, são 25 ZPEs autorizadas, das quais 19 (dezenove) encontram-se em implantação, distribuídas em 17 (dezessete) estados.
Na prática, apenas uma já funciona no Brasil.
Ou seja, no Ceará, junto ao porto de Pecém, parceria do Porto de Roterdã (Holanda) e o governo cearense.
“Era traz um incentivo à exportação, diminuindo custos logísticos e gerando empregos na indústria”, enfatiza.
Portanto, na prática, é uma espécie de zona franca, como ocorre em Manaus, com a vantagem da logística portuária.
Assim, Orlandi cita o caso da Alemanha, que fatura o mesmo volume de recursos que o Brasil em relação ao café, ainda que não tenha um pé da planta em seu território.
“Eles importam o café em grãos do Brasil e exportam as cápsulas de café. Por que não podermos fazer o mesmo?”, indaga.
Enquanto isso não ocorre, uma alternativa mais ágil é a realização de cursos oferecidos pelo Cenep, que oferece cursos para trabalhadores ou não do setor portuário.
Eleições 2024
Vereador pelo PSD, Orlandi diz que está satisfeito com a legenda e não pretende deixá-la para concorrer ao Legislativo nas eleições do próximo ano.
No entanto, reconhece que tudo dependerá dos rumos do partido e eventual apoio nas eleições de 2024.
Assim, atual secretário do prefeito Rogério Santos, Orlandi apoiará a reeleição do governante santista.
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(*) Com informações da Prefeitura de Santos