As dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19 fizeram com que as pessoas se reinventassem no trabalho, nos estudos e, principalmente na vida, afinal já são cinco meses de isolamento social.
Mesmo com a flexibilização da quarentena em São Paulo, a expectativa é que a normalidade só volte quando houver a aprovação de uma vacina. Um dos setores mais atingidos pela pandemia foi a geração de empregos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) 62,4% das empresas no Brasil foram afetadas negativamente na segunda quinzena de julho. Já o desemprego chegou a 13,3%.
Empreendedorismo
Ana Paula aposta na criatividade dos produtos/ Foto: Divulgação
No entanto, o período também gerou diversas oportunidades e algumas pessoas souberam aproveitar a quarentena para empreender e fortalecer seu negócio. É o caso de Ana Paula Mariano. A jovem de 20 anos sempre gostou de fazer produtos criativos de artesanatos, dando presentes para familiares e amigos.
Em 2019, após o pedido de pessoas próximas na internet, Ana resolveu vender os produtos e divulgar o trabalho nas redes sociais, com a loja virtual Mimos que Cativam.
Tendo mais tempo em casa, a jovem, que também é professora de Libras, viu o negócio crescer durante a quarentena “A página no Instagram (mimosquecativam) obteve um grande alcance, conseguimos vender álcool em gel personalizados e diversos produtos de papelaria. A loja realiza entregas apenas em Guarujá, mas já penso na possibilidade de ampliar para outras cidades da região por Sedex. Estou muita satisfeita e houve até gente do Paraná que gostaria de comprar as mercadorias”, destaca Ana Paula.
Dentre os produtos vendidos na loja, estão fotos polaroid, estojos, canetas, álbuns de figurinhas e quadros personalizados.
Para alavancar ainda mais o negócio, Ana conta com a ajuda de sua amiga Laryssa Marinho, estudante de Marketing e responsável pela estratégia de comunicação da página no Instagram.
Inovação
Jornalista Isabel Franson decidiu investir em um projeto pessoal/ Foto: Divulgação
Por que não montar seu próprio negócio em meio à quarentena? Parece algo arriscado, mas a jornalista Isabel Franson, que já trabalhou em redações de televisão e em assessorias de comunicação, decidiu investir em um projeto pessoal
A agência de mídia Franson Produções tem como finalidade entregar um serviço completo de comunicação, já que todo empreendedor precisa se destacar nas mídias, não só nas tradicionais, como principalmente as digitais. “Cada empresa, ou até pessoa pública, tem uma necessidade. Para alguns, só gestão de redes sociais; para outros, assessoria de imprensa.
Outros ainda, conteúdo em vídeo, podcast, lives. É difícil na Baixada Santista conseguir uma só agência que atenda em tudo. Nós nos especializamos nisso. Temos as nossas expertises e, em trabalhos maiores, trazemos os parceiros para cada função. Então, de uma só vez, atendemos a todos os aspectos da Comunicação”, enfatiza.
Além de oferecer um serviço com os mais variados conteúdos e diretrizes, a agência dá diversas dicas na página no Instagram ( .fransonproducoes ) sobre mídias sociais, produção audiovisual e marketing. Isabel destaca que por conta da flexibilização de atividades pretende integrar os trabalhos online com os presenciais, pois apesar do home office ser positivo, a área de comunicação depende muito do dia a dia.
Cursos
Cris Amarante passou a receber diversos alunos em seu curso de arqueologia/ Foto: Divulgação
Se existe algo que deu para fazer na quarentena foram cursos onlines dos mais diferentes segmentos.
O governo de São Paulo, por exemplo, disponibilizou uma série de oportunidades por meio da plataforma Via Rápida que oferece gratuitamente diversos cursos, como gestão administrativa, planejamento empresarial, espanhol básico, desenvolvimento mobile, entre outros.
Outra possibilidade são os cursos gratuitos do Sebrae que oferecem uma quantidade ainda maior de formações nas áreas de marketing, startups, turismo, gestão financeira e políticas públicas.
Além dos cursos gratuitos, a internet proporciona um grande leque de conhecimento para todos os gostos, inclusive profissionais que usavam menos o computador para trabalhar e enxergaram na quarentena um desafio para se reinventar.
A arqueóloga Cris Amarante que trabalha em Portugal, numa empresa especializada em arqueologia náutica, precisou passar por mudanças na quarentena, pois a sua função era totalmente presencial. “A empresa adotou o método home office, e como eu não me deslocava de casa para o trabalho, sobrava mais tempo. Dessa forma, resolvi me dedicar também ao meu canal no Youtube (Arqueologia Alternativa – youtube.com/c/ArqueologiaAlternativa) e passei a estudar ainda mais marketing digital para impulsionar o número de inscritos e visualizações”, enfatizou Cris
Um detalhe importante é que ela também tinha lançado um curso online Arqueólogos de Sucesso e com os métodos de marketing passou a investir no negócio. Em pouco tempo surgiram alunos de todo o Brasil que se interessaram pela área. Assim, atualmente ela tem dois empregos.
No curso, Cris aborda diversos temas, entre eles estão o mercado de trabalho, arqueologia ambiental, legislação e captação de recursos.
Educação
Natasha Guerrize se tornou professora universitária em 2020/ Foto: Divulgação
A educação é um dos pilares em nossa sociedade, o conhecimento e a aprendizagem podem trazer prosperidade para o futuro. Tanto em escolas, como em universidades, a quarentena trouxe um grande desafio para alunos e professores.
A jornalista Natasha Guerrize tornou-se professora universitária neste ano, dando aula de Marketing e Mídias Sociais para o curso de Nutrição na Universidade Metropolitana de Santos (Unimes). Entretanto, a experiência dela em sala de aula durou pouco menos de dois meses, pois o governo do Estado de São Paulo suspendeu as atividades presenciais em colégios e universidades na metade de março.
Por essas circunstâncias, Natasha, que já tinha criado uma conta no Instagram ( prof.natashaguerrize ) para atender os estudantes, trouxe novidades na busca de ajudar as pessoas fora do horário de aula
“Muitos dos meus alunos enfrentaram o desemprego e pensaram em novos negócios. Eu passei a dar dicas para eles fazerem marketing nas redes sociais para contribuir na formação deles, pois muitos serão profissionais liberais e vão precisar captar pacientes em seus consultórios”, citou Natasha.
Com diversos conteúdos e dicas, a professora chamou a atenção de várias pessoas que passaram a seguir sua página no Instagram. Natasha também é assessora de imprensa da universidade. Assim com a paixão pelas duas profissões, ela conseguiu exercer um papel fundamental em tempos de pandemia, estimulando novos aprendizados.