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Economia

01 DE JULHO DE 2022

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Explosão de preços: alimentos sobem e leite está mais caro do que a gasolina

Ida ao supermercarado vira vilão dos brasileiros, famílias em situação de vulnerabilidade são as que mais sofrem

Por: Da Redação

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Nos últimos meses, a vida de grande parte dos brasileiros não tem sido nada fácil. A alta na inflação trouxe a preocupação e a insegurança para as famílias. Um dos maiores problemas é a elevação nos preços de produtos básicos, como arroz, feijão e carne. Dessa forma, o mercado tem sido o grande vilão do bolso da população, sobretudo na camada mais pobre. Para se ter uma ideia, o litro do leite ultrapassa a marca de R$ 6, ou seja, mais caro que o álcool. E até da gasolina.

O cenário é tão grave que de acordo com uma pesquisa do Dieese, encomendada pelo Procon, o preço da cesta básica ultrapassou o salário mínimo em São Paulo. Assim, o valor da cesta chegou a R$ 1.226, enquanto o salário está em R$ 1.212.

Dentre os itens com a maior alta estão a batata, que subiu 70% e café que teve um acréscimo de 95% no seu preço. Quem vai ao supermercado sente no bolso o peso dos preços, remarcados constantemente.

Motivo

O economista Luciano Simões destaca que os reflexos da Guerra da Ucrânia já estão causando impactos no preço dos alimentos. “Já é real a falta de fertilizantes que não está chegando ao Brasil. O produto em sua maioria vem da movimentação dos países que estão em guerra. Dessa forma, começamos a ter um encarecimento do produtor, ou seja, quanto menor a oferta de alimentos, maior será o preço”, ressalta.

Ele ainda detalha que o dólar elevado cria uma importação mais cara. Além disso, o economista cita que as questões climáticas no Brasil também têm um papel crucial para a inflação.

“A nossa safra sofreu no primeiro semestre. Isso fará com que alguns produtos tenham menor quantidade neste semestre”, salientou. Como reflexo, os preços sobem.

Mercado

Quem vai aos supermercados se assusta com os preços. Itens que antes eram inimagináveis chegar aos dois dígitos, agora já ultrapassaram essa marca. Caso da garrafa de 900 ml de óleo a R$ 10,15, já do achocolatado a R$ 12,25 e dos pacotes grandes de salgadinhos industrializados, acima dos R$ 13. O litro do leite ultrapassa os R$ 6, bem mais caro, em termos proporcionais, que o litro do refrigerante.

Famílias

Quem mais sofre com a inflação são as famílias, sobretudo as de menor poder aquisitivo.. Se antes o ditado era a troca da carne pelo frango, hoje algumas pessoas já optam pelo ovo, salsicha e o macarrão instantâneo. E quanto é possível. Com a situação tão difícil, o economista Dênis Castro explica que até a ida para o supermercado precisa ser organizada para justamente buscar a economia, utilizando o dinheiro que sobrou para arcar com outras despesas.

“As famílias devem ter disciplina para fazer o planejamento financeiro, organizar numa planilha todos os ganhos e todos os gastos mensais. Com o orçamento em mãos, buscar economizar nas contas de consumo, evitar uso de cartão de crédito e planejar a alimentação com objetivo de não desperdiçar alimentos”, explicou.

Castro também enfatiza que o planejamento e a pesquisa são essenciais para as famílias que estão passando por dificuldades financeiras.

Elas podem se organizar e comprar de maneira coletiva nos atacados, buscando melhores condições de pagamento e desconto de acordo com a quantidade. Quanto mais famílias se unirem para realizar compra coletiva, melhor será o desconto”.

Por fim, Dênis citou que os produtos da cesta básica com um maior aumento nos supermercados são os seguintes: café, leite, batata, tomate, arroz e feijão.

A inflação traz um inimigo conhecido por uma parte da população brasileira: a fome. De acordo com pesquisa divulgada pela Penssan em junho 33 milhões de brasileiros passam fome todos os dias.

O cenário faz com que em algumas localidades do Brasil tenha venda de osso e pele de frango, principalmente nas comunidades mais carentes.

Governo

Nesta semana, o Brasil teve uma boa notícia em relação à economia, a taxa de desemprego ficou abaixo dos dois dígitos pela primeira vez desde 2015, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Com isso, o desemprego atinge 10,6 milhões de brasileiros.

Uma das formas de acabar com a fome no País são os programas de repasse de renda para as famílias em situação de vulnerabilidade.

O Auxílio Brasil, criado pelo governo Jair Bolsonaro (PL), substituiu o Bolsa-Família. Agora as famílias ganham R$ 400 mensais. Entretanto na última quinta-feira (30), o Senado Federal aprovou um pacote de auxílio às pessoas mais carentes e também os caminhoneiros. A proposta de emenda à constituição (PEC) traz uma série de benefícios e amplia o valor do Auxílio Brasil. A expectativa é que o valor passe para R$ 600.

Porém, a emenda preocupa diversos setores da economia, sobretudo por conta do ano eleitoral. Não é à toa que a medida ganhou o nome de PEC Kamikaze.

O cientista político Fernando Chagas explica que ela é uma medida de populismo fiscal, que tem apenas a finalidade “desesperada do presidente Jair Bolsonaro tentar levar a eleição presidencial para segundo turno”, em manifesta ofensa às leis Eleitoral e de Responsabilidade Fiscal.

“Por isso mesmo, a proposta de alteração legislativa está sendo feita por Emenda Constitucional, para driblar as referidas normas legais e impedir a declaração de inconstitucionalidade dessas proposições, considerando que a Legislação em vigor veda a criação ou extensão de qualquer tipo de benefício em ano de eleição”, explicou. Ele ainda cita que a PEC deve ter um custo de R$ 41 bilhões aos cofres públicos.

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