Dragagem precisa ser prioridade, enfatiza presidente da Praticagem de SP | Boqnews
Foto: Divulgação/SPA

Porto de Santos

14 DE JANEIRO DE 2023

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Dragagem precisa ser prioridade, enfatiza presidente da Praticagem de SP

Presidente da Praticagem paulista, Fábio Fontes, enfatizou a necessidade do processo de dragagem ser constante no Porto de Santos.

Por: Fernando De Maria

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A ampliação da dragagem do Porto de Santos para atender cada vez a mais demanda de meganavios é considerada fundamental para o desenvolvimento do Porto de Santos.

A análise é do presidente da Praticagem de São Paulo, Fábio Mello Fontes, 83 anos, o mais antigo prático em atividade no Brasil – e um dos mais longevos no mundo.

Dessa forma, ele voltou a assumir a presidência da entidade no início do ano.

Substituiu o prático Bruno Roquete Tavares.

Nos últimos dois anos, Tavares teve como papel a promoção da inovação tecnológica, a preparação para a chegada dos meganavios e a implantação de um programa de sustentabilidade.

Prioridade

Portanto, em novo momento e em razão da sua experiência na área, Fontes enfatiza que a dragagem deve ser uma prioridade da administradora portuária.

“Carecemos de profundidades maiores. Muitos pontos estão com 16,5 metros. Outros, com 14,5 metros. A dragagem precisa ser permanente para manter a profundidade não só do estuário, mas dos berços de atracação”, enfatiza.

Ele participou do Jornal Enfoque da última quarta (11).

Dessa forma, na oportunidade falou sobre o SP Pilots – composto por 60 práticos e cerca de 140 colaboradores – e outros assuntos.

Dessa maneira, a preocupação do presidente da praticagem paulista decorre do fato da crescente movimentação dos meganavios em portos brasileiros.

Em Santos, há autorização para circulação de embarcações com até 366 metros (comprimento) por 50 metros de boca, explica.

Ou seja, o tamanho supera ao comprimento de campos de futebol como o Maracanã em três vezes.

“É uma tendência mundial. O armador quem trazer o maior volume de carga possível na mesma viagem”, salientou.

Assim, a economia é prioridade.

Durante o Jornal Enfoque, presidente da Praticagem de São Paulo, Fábio Fontes falou sobre o trabalho exercido pelos profissionais e defendeu a necessidade de investimentos em dragagem no maior porto da América do Sul. Foto: Felipy Brandão

Dragagem e desafios

Assim, se a dragagem não for realizada a contento, Santos corre o risco de perder o fluxo destas embarcações.

Afinal, elas se tornarão cada vez mais frequentes pelos portos brasileiros.

“Santos precisa se preparar para as próximas décadas. E os portos terão cada vez mais que oferecer estrutura e profundidade. O porto de Santos não pode ficar para trás”, enfatiza.

“Um navio de carga precisa ter acima de 16 metros junto ao berço de atracação”, acrescenta.

Dessa forma, o berço é o trecho junto ao local onde as embarcações atracam em frente aos terminais.

Infelizmente, em vários pontos, esta metragem não é obtida, fazendo que com alguns navios trafeguem pelo estuário ou embarquem e desembarquem  apenas durante a maré alta, por exemplo, provocando alterações nas escalas de movimentação portuária.

Interrupção das balsas

Aliás, o experiente profissional se coloca contrário à interrupção da travessia de balsas por horas durante o embarque e desembarque destes navios, afetando o dia a dia de motoristas e pedestres que usam o serviço entre Santos e Guarujá no período de interrupção.

“Não vejo necessidade técnica. Não há o menor risco na relação balsas e navio”, acrescenta.

Assim, ele relembrou o episódio envolvendo o Cap San Antonio, em junho de 2021, que atingiu o atracadouro de Guarujá.

Por sorte, não houve feridos.

“Após investigações  constatou-se que os navios não podem transitar vazios (sem lastro) no estuário. Eles precisam estar mais pesados”, enfatizou, salientando que o acidente trouxe novas normas para as embarcações que circulam pelo Porto de Santos.

Administração Portuária

Assim, Fontes comentou também sobre a proposta de privatização da Administração Portuária, pretendida pelo ex-ministro da Infraestrutura e atual governador paulista, Tarcísio de Freitas.

Em encontro com o presidente Lula, a pauta da privatização da atual SPA (ex-Codesp) foi discutida. Lula disse que não tinha ‘dogmas’ na discussão do assunto.

Assim, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, já sinalizou ser contrário que a atual gestão portuária passe para a iniciativa privada.

“A gestão do Porto tem que ter elevado grau de neutralidade e justiça. A iniciativa privada visa o lucro. Assim, percebo que há preocupação sobre esta questão. Entendo, porém, que há necessidade de neutralidade, independência e justiça para todos”, comenta.

Por sua vez, sobre o eventual túnel Santos-Guarujá, a ser edificado pela  empresa vencedora da licitação da privatização da administração portuária, Fontes se coloca favorável.

“Uma vez um comandante japonês me perguntou após avistar um fila quilométrica para acesso às balsas do lado de Santos. ‘Como um estado como São Paulo, uma das maiores potências do mundo, ainda tinha um sistema de travessia tão medieval?’ “, lembrou.

Por sua vez, o Japão tem quatro ilhas e milhares de ilhotas.

Assim, só em pontes são mais de 700 mil, segundo o Ministério da Terra, Infraestrutura, Transporte e Turismo japonês.

Além disso, Fontes também falou sobre o trabalho executado pela Praticagem, com modernização de equipamentos e investimentos realizados.

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