Makerspace. Sabe o que é? Não? Tem interesse em descobrir ou mesmo em ampliar e tirar dúvidas sobre o tema? A resposta pode ser encontrada nesta quarta-feira (15), a partir das 18 horas, durante o LAB.IRINTO – Encontro Internacional de Cultura Livre e Inovação Cidadã, que traz Gabi Agustini para um bate-papo no Museu Pelé.
Gabi é criadora do Olabi Makerspace, que funciona no Rio de Janeiro, como um espaço – que ela mesmo defini – que tem como objetivo estimular a curiosidade e assim possíveis futuros criadores. “Mais do que criar novas tecnologias, temos o intuito de ensinar e aprender, de estimular. É a possibilidade de trazer para qualquer tipo de pessoa a vontade em produzir tecnologia, sendo protagonista no ambiente das inovações digitais. A gente consome com muito afinco, mas ainda olhamos muito pouco para a criação e o desenvolvimento. Estamos tentando mostrar isso, gerando questionamentos sobre as tecnologias, como funcionam e o que nós podemos fazer”, ressalta com entusiasmo.
Estes espaços, segundo Gabi, surgem com o barateamento das máquinas digitais dando a possibilidade de acesso para um público mais amplo. “Não são novas tecnologias, mas sim algo que já existe, mas estavam dentro das universidades e centros mais convencionais, como impressoras a laser, 3D, capazes de produzirem os mais diferentes protótipos. Produção de uma série de tecnologias digitais e analógicas. Hoje estão menores, mais simples e baratas. Desta maneira, espaços independentes podem ter acesso”, explica.
Modelo de gestão
Por ser um conceito relativamente novo, as pessoas ainda não sabem em que caixinha colocar, como bem explica Gabi. “O modelo de negócio não é fácil, pois sai do padrão. Como criar um modelo para isso? Falta suporte de políticas públicas e privadas. Ninguém tem muito claro como apoiar e ficamos num limbo. Sem suporte é necessário empreender e achar as próprias alternativas”, ressalta.
De acordo com Gabi, o país ainda está atrasado até mesmo para lidar com o acesso a tecnologias desenvolvidas em outros países, com restrições que começam com a lei de importação, por exemplo. “Temos dificuldade de participar de um crowdfunding no exterior de algum produto e de recebê-lo aqui. Você é taxado com valores altos, impossibilitando estas aquisições”. Desta maneira democratizar a tecnologia se torna ainda mais difícil.
Encontro
Em um ambiente descontraído no espaço do Café do Museu Pelé, o evento tem a ideia de fomentar o diálogo entre a palestrante e os participantes. Nessa roda, Gabi irá falar sobre os desafios de se construir um makerspace no Brasil, a partir do zero, e sem contar com nenhum grande patrocinador. Também vai falar sobre a dimensão social da cultura maker, que vem transformando a produção ao redor do planeta, a ponto de nos Estados Unidos ser considerada a ponta de lança de uma nova revolução industrial. A atividade é gratuita e não é necessário fazer inscrição para participar.
Video do projeto De baixo para Cima, que reúne em artigos reflexões sobre economia criativa e colaboração na cidade do Rio de Janeiro. Um das entrevistadas é Gabriela Agustini. Gravado em novembro de 2014 no Rio de Janeiro.
Entrevista para Flávio Castro da UnBTV