Você sabia que ao entender os espaços geográficos é possível monitorar o desenvolvimento das cidades?
E como a Geografia permite fazer uma associação direta entre o meio ambiente e a qualidade de vida da população?
Além disso, como as mudanças climáticas devem andar de mãos dadas com a elaboração da revisão da Lei de Uso e Ocupação do Solo?
Estas são algumas formas onde é possível identificar a importância da geografia no nosso cotidiano.
Disciplina, aliás, nem sempre valorizada pelos currículos escolares, seja pela falta de profissionais no interesse em lecioná-la, seja na tradicional ‘decoreba’ a qual estudantes, especialmente no Ensino Médio, costumam lidar.
Aliás, com objetivo único: prestar vestibular e não ‘zerar’ em Geografia.
Aliás, a importância da disciplina poderia ser plenamente adotada para embasar as discussão da nova Lei de Uso e Ocupação do Solo, objeto de audiência pública na próxima terça-feira (28), na Câmara de Santos.
“O conhecimento espacial de uma cidade permite que tenhamos uma visão mais clara das mudanças a serem sugeridas”, destaca o geógrafo, professor e produtor do canal Geopanoramas, Adriano Liziero.
Em seu canal nas redes sociais, Liziero atrai milhares de seguidores interessados em debater a relação da geografia com o nosso cotidiano.
Seu mais recente vídeo mostra a triste realidade habitacional da Baixada Santista onde a periferia se amplia em áreas protegidas ambientalmente.
Sem contar, a futura expansão portuária, como o sítio Conceiçaozinha, em Guarujá.
“Porto e as cidades devem andar juntas, pois estão interligados geograficamente”, enfatiza.
Confira o vídeo.
Meio ambiente
Não bastasse, o profissional enfatiza a necessidade da futura Lei de Uso e Ocupação do Solo levar em consideração as alterações climáticas que já afetam diretamente as cidades litorâneas, especialmente as da Baixada Santista.
Liziero participou do Jornal Enfoque – Manhã de Notícias de hoje (20).
Baixada Santista
“A Baixada Santista será uma das regiões mais atingidas, especialmente entre a população mais pobre”, enfatiza.
Na semana passada, com a alta da maré, bairros da Zona Noroeste, amanhecerem alagados, ainda que nem tivesse chovido.
Além disso, situação semelhante ocorreu na Ponta da Praia e ruas do Boqueirão, em razão da alta da maré em decorrência das ressacas.
“As mudanças climáticas irão se intensificar. É necessário que os especialistas que lidam com o assunto também participem deste debate (Lei e Uso do Solo)”, enfatiza.
Liziero explica que existem técnicos na Prefeitura ligados à seção de Mudanças Climáticas, da Secretaria de Meio Ambiente, que devem ser consultados para discussão sobre as mudanças na legislação.
Aliás, o primeiro item do documento elaborado pelo grupo e lançado em janeiro passado refere-se justamente ao item planejamento urbano sustentável e meio ambiente.
“Empreendimentos de alto padrão serão construídos na Ponta da Praia, uma das regiões mais afetadas pelas alterações”, salienta.
Assim, na mesma linha, segue a proposta do Parque Palafitas, projeto da Prefeitura de Santos que prevê a remodelação da maior favela da palafitas do Brasil, no Dique da Vila Gilda.
O prefeito Rogério Santos (PSDB) apresentou proposta durante evento internacional na França, no final do mês passado.
A ideia é construir moradias no mesmo local onde as famílias já residem.
Assim, evitam-se alterações dos atuais locais de residência dos moradores e os respectivos deslocamentos.
Confira o programa completo