Mesmo com a chuva presente nesta terça-feira (14), os servidores públicos de Santos fazem panelaço em em frente à Praça Mauá, sede da Prefeitura Municipal, ato que lembra as manifestações ocorridas no ano passado durante o processo que culminou no impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores (Sindserv), Flávio Saraiva, a paralisação na Praça Mauá continua no período da tarde. “A greve continua até recebermos uma resposta minimamente favorável”, enfatiza.
Sobre a greve
A greve chega, nesta terça-feira, ao sexto dia – iniciou-se na quinta (9). A anterior, em março de 2013, no primeiro ano do início do mandato do prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), durou 24 horas
Na quinta e sexta, o Sindicato dos Servidores – Sindserv calculou que 5 mil pessoas tenham participado das manifestações ao longo de cada dia. Na segunda-feira, entre 6 a 8 mil pessoas se reuniram pelas ruas do Gonzaga, durante passeatas ocorridas nos períodos da manhã e tarde ao longo da Avenida Ana Costa, no trecho da orla até a Avenida Francisco Glicério, em ambos os sentidos.
Cálculos do Sindicato dos Servidores (Sindserv) estimam que pelo menos 80% do funcionalismo aderiu ao movimento. A Prefeitura tem números diferentes e calcula em cerca de 30% a paralisação. Reconhece, porém, que a área da Educação tem sido a mais atingida, com 70% de adesão ao movimento.
O presidente do Sindserv destacou que a luta dos servidores não se limita ao reajuste salarial (5,35% mais aumento real), mas também às melhores condições de trabalho (durante o ato, professores falaram ao microfone da falta de mantimentos nas escolas, assim como de material escolar, entre outros exemplos).
A Prefeitura acenou até agora com um repasse deste percentual ao vale-alimentação e vale-refeição, fato rejeitado pela categoria.
Em entrevista ao programa Balanço Geral, da TV Record Litoral, o prefeito Paulo Alexandre Barbosa alegou que a queda na arrecadação impede a prefeitura em conceder qualquer reajuste e promete – se a economia melhorar – rediscutir um eventual reajuste a partir do segundo semestre.
Ao todo, a Prefeitura tem cerca de 12.500 funcionários. A maior parte dos que entraram em greve são servidores da Educação.
Outro lado
Alegando queda na arrecadação em razão da crise financeira, a Prefeitura de Santos informa que será impossível acatar o aumento salarial solicitado e deixou para junho ou julho uma nova rodada de negociações.
Esta é a segunda greve que o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) sofre em quatro anos. A primeira ocorreu em março de 2013, meses depois dele ter assumido. Após um dia de greve, o prefeito cedeu e em agosto concedeu aumento de 7% retroativo a fevereiro.
Confira nota da Prefeitura de Santos divulgada ontem:
“A Prefeitura de Santos está entrando com ação na Justiça para garantir que 80% dos servidores estejam presentes nos serviços municipais essenciais nas áreas da Educação, Assistência Social e Saúde. A ação pede que a Justiça considere que esses serviços sejam devidamente prestados à população. A Educação atingiu nesta segunda-feira (13) 73,4% de adesão de funcionários prejudicando 30 mil alunos que ficaram sem aula e sem alimentação nas escolas.
Na assistência social, a adesão de 70% também prejudicou os serviços em abrigos da Prefeitura. A adesão na Saúde foi mais restrita, mas mais concentrada nas unidades básicas de saúde. Como ação preventiva à convocação do sindicato a paralisar unidades básicas de saúde, a Prefeitura reforça à Justiça o pedido de tutela para que as unidades funcionem com pelo menos 80% dos servidores.”