O ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, preso hoje na Operação Acesso Pago da Polícia Federal, é cidadão santista desde dezembro de 2020.
Assim, ele foi recebeu o título durante cerimônia que reuniu autoridades e religiosos na Igreja Presbiteriana Jardim de Oração, no Gonzaga, onde atua.
Outorgado pela Câmara Municipal, a homenagem é uma proposta de autoria do vereador Hugo Duppre, que hoje não está mais no Legislativo.
Na ocasião, o então vereador revelou o motivo da homenagem, destacando sua simplicidade.
“Nosso homenageado é exemplo de um homem que nasceu para servir. É com essa bagagem que Milton dedicou sua vida em Santos com projetos comunitários. Competente, zeloso, trabalhador e simples, tem em suas mãos o destino de milhares de jovens brasileiros”, destacou na época.
Confira detalhes da homenagem no link
Dessa forma, há um ano, a vereadora Débora Camilo (PSOL) tenta retirar o título entregue ao ex-ministro. Em vão.
Durante sessão da Câmara, um dos vereadores (Lincoln Reis – PL) chegou a comparar a retirada do título ao mesmo que a o milésimo gol de Pelé.
Seus colegas mantiveram o título, a despeito da tentativa da vereadora.
Em nota, a vereadora Débora Camilo lamentou a manutenção do título.
“A Câmara de Municipal de Santos perdeu a oportunidade de fazer justiça. O ex-ministro Milton Ribeiro fez declarações homofóbicas, capacitistas e agora foi preso acusado de participar de um esquema de corrupção envolvendo dinheiro que deveria ser destinado para educação pública. É uma vergonha pra cidade que o título de “Cidadão Santista” tenha sido mantido”, enfatizou.

Ministro Milton Ribeiro recebeu título de cidadão santista em dezembro de 2020. Foto: Divulgação
PF
Assim, ordens judiciais foram emitidas pela 15ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal, após declínio de competência à Primeira Instância.
Assim, segundo a Polícia Federal, a investigação corre sob sigilo.
Ribeiro está na lista de outros 12 mandados de busca e apreensão.
Além disso, outras 5 prisões nos Estados de Goiás, São Paulo, Pará, além do Distrito Federal.
Além de medidas cautelares diversas, como proibição de contatos entre os investigados e envolvidos, também foram efetuadas.
Dessa forma, o crime de tráfico de influência tem pena prevista de 2 a 5 anos de reclusão.
Além disso, são investigados também fatos tipificados como crime de corrupção passiva (2 a 12 anos de reclusão), prevaricação (3 meses a 1 ano de detenção) e advocacia administrativa (1 a 3 meses).
O presidente Jair Bolsonaro, que chegou a dizer que colocaria a ‘cara no fogo’ em nome de Ribeiro, hoje disse que se o ex-ministro errou, deve responder pelos seus atos.