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Saúde

02 DE JUNHO DE 2019

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Moradores de Santos reclamam da falta de medicamentos em policlínicas

Com a crise, cresce o número de pessoas que buscam remédios em unidades de saúde. Mas nem sempre eles estão disponíveis

Por: Da Redação

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“Em falta”. Esta é a expressão usada por moradores de Santos para informar que não há medicamentos disponíveis nas redes de saúde pública da Cidade e também nas estaduais, como o AME Santos.

As denúncias dos munícipes foram feitas pela rede social do vereador Fabrício Cardoso (PSB) em abril, mas ainda persistem.

No Ambulatório Médico de Especialidade (AME), o caso que chama atenção é o do menino Ryan Torok, de 11 anos.

Segundo a mãe, Haudrey Torok, o hormônio de crescimento – GH 12 Ui – está em falta desde o mês passado.

No entanto, o que a preocupa é o fato do tratamento não poder ser interrompido.

“Ele toma (hormônio) desde dezembro. Eles não explicaram os motivos da falta do produto”, afirma.

Ela ressalta que o único remédio que há é o 4 Ui.

Contudo, por não alcançar a dosagem correta, seu filho não pode tomá-lo.

A mãe afirma que a vó de Ryan chegou a pegar a dosagem menor, mas preferiu não injetar no garoto. Após semanas de espera, uma boa notícia.

Na última sexta (31), Haudrey foi avisada que o medicamento já estava disponível no Ambulatório.

A situação não difere nas policlínicas, estas mantidas pela Prefeitura de Santos.

Segundo a aposentada Doli de França, 75 anos, o medicamento Versicoss não está disponível na policlínica da Ponta da Praia há quase três meses.

Ela assegura que precisou esperar dois anos para conseguir realizar o exame de mama.

“Tem que esperar, né? Ligamos lá de mês em mês”, indaga, resignada.

Mais casos

Em outro caso, a ausência de Ranitidina – remédio usado para o tratamento de úlcera duodenal e úlcera gástrica benigna -, não consta na policlínica da Penha, segundo a manicure Karina Abraão, de 28 anos.

Usuária há dois meses do medicamento – necessita utilizá-lo todos os dias -, a autônoma ressalta que o medicamento nunca está disponível.

“Preciso me deslocar até à policlínica do Morro São Bento para conseguir pegá-lo”, informa.

Na postagem do edil, inúmeras reclamações foram constatadas sobre a ausência de itens de saúde.

Uma usuária denunciou que na Policlínica do Embaré não possuía vitamina B.

Outra, por exemplo, noticiou a falta de insumos para diabéticos, como insulina, lancetas e seringas.

O caso aconteceu na Policlínica do Bom Retiro, na Zona Noroeste.

 

Arte: Mala

 

Denúncias

Os problemas com a falta de medicamentos já fora denunciado pelo Boqnews há um ano.

Quando, na ocasião, uma paciente que retirava remédios no AME-Santos chegou a óbito após não receber Bosentana por dois meses.

O tempo passou e os problemas persistem nas policlínicas de Santos, garante o edil Fabrício Cardoso.

Segundo ele, em ao menos 20 policlínicas falta algum tipo de medicamento.

Ele salientou os problemas mais frequentes ocorrem nas unidades do José Menino, Aparecida e Ponta da Praia.

“Faltam medicamentos para pressão, como a Losartana e Hidroclorotiazida. Também recebo queixas sobre a falta de AAS, remédios para tratamento vascular, como o Varicoss, além de insulina, sulfato ferroso, cálcio”, afirma. (ver quadro)

Cardoso protocolou requerimento em Sessão Plenária, onde questiona a Prefeitura sobre o desabastecimento das policlínicas e também do Ambesp.

Contudo, segundo ele, as respostas ainda não chegaram. Além das policlínicas, ele também recebera denúncias do AME.

Segundo informações, o edil já entrou com uma denúncia no Ministério Público, na qual questionou o porquê dessa situação.

“Embora algumas dessas medicações, como a Losartana, possam ser encontradas em farmácias credenciadas ao Programa Farmácia Popular, do Ministério da Saúde, nem todos possuem disponibilidade ou condições de se deslocar até uma dessas unidades”, finaliza.

Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou que o paciente Ryan foi atendido no dia 2 de maio (última vez), e recebeu doses de acordo com a quantidade necessária para seu tratamento (12 UI).

A nota ainda afirma que não fora notificada pela denúncia do vereador Fabrício, mas está à disposição para esclarecimentos.

 

Policlínica da Ponta da Praia é uma das que mais estão na mira da população. Foto: Nando Santos

 

Há remédios

O secretário de Saúde, Fábio Ferraz, assegura que não há problemas com a falta de remédios na rede de saúde municipal.

De acordo com ele, existe um controle de medicamentos sendo feito diariamente.

Hoje, conforme o secretário, existe uma padronização de 295 itens comprado pela pasta.

Entretanto, ele reconhece que deste montante, 26 itens estão com dificuldades de estoque, ou seja, o mercado não consegue distribuí-los.

“Estamos falando de menos de 10% do qualitativo total. Como no exemplo do Hidroclorotiazida, pode-se haver uma pontualidade. Mas de forma geral, a rede é bem servida”, afirma.

Ele ainda informa que de dezembro do ano passado até março deste ano, houve um aumento de 15% na distribuição de remédios na região.

No final do ano, segundo o secretário, foram concedidos 3,8 milhões de medicamentos, enquanto em março foram distribuídos 4,4 milhões.

Cobrança

A presidente da Comissão Permanente de Higiene e Saúde da Câmara Municipal de Santos, Telma de Souza (PT), afirmou, em nota, que vêm cobrando a Secretaria de saúde sobre a “ausência de remédios, negligência no atendimento, infraestrutura deficitária, falta de médicos, equipamentos, entre outros”.

A vereadora coleta assinaturas de colegas para apresentar a criação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) na área de saúde.

Lá, a ex-prefeita espera investigar as irregularidades nas duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs): Central e Zona Noroeste.

“O alto custo deste tipo de contrato aos cofres públicos. Assim, acaba prejudicando a divisão interna dos recursos na política de Saúde”, afirma.

Por fim, a nota ainda explica que no mês passado, a edil apresentou requerimento cobrando explicações do Executivo em relação da ausência de Buscopan, Omeprazol e sais de reidratação na UPA Central e de outros medicamentos na Zona Noroeste.

Além deles, a ausência do Gardenal, Diazepam, Anaseptil e Oscamazepina nos Centros de Apoio Psicossocial (Caps) também já foi alvo de requerimentos da vereadora, assim como Captopril 25 miligramas, AAS adulto e infantil e insumos.

Lá, a ex-prefeita espera investigar as irregularidades nas duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs): Central e Zona Noroeste.

“O alto custo deste tipo de contrato aos cofres públicos, acaba prejudicando a divisão interna dos recursos na política de Saúde”, afirma.

Por fim, a nota ainda explica que no mês passado, a edil apresentou requerimento cobrando explicações do Executivo em relação da ausência de Buscopan, Omeprazol e sais de reidratação na UPA Central e de outros medicamentos na Zona Noroeste.

Além deles, a ausência do Gardenal, Diazepam, Anaseptil e Oscamazepina nos Centros de Apoio Psicossocial (Caps) também já foi alvo de requerimentos da vereadora, assim como Captopril 25 miligramas, AAS adulto e infantil e insumos.

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