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Dia da Mulher

08 DE MARÇO DE 2022

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Mulheres se destacam nas mais diferentes áreas da sociedade

Mulheres superam barreiras e preconceitos, com muita garra, e ocupam cada vez mais cenários de destaque nas profissões

Por: Da Redação

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A luta por igualdade e direitos sempre ecoou na voz feminina.

Ainda que o Dia Internacional das Mulheres só tivesse a oficialização no ano de 1975 pela Organização das Nações Unidas (ONU), a data especial é comemorada desde meados do século XX.

Como em toda história, existem diversos relatos e versões para a criação da data. Uma delas é um incêndio em uma fábrica em Nova York, nos Estados Unidos, no ano de 1911, que vitimou centena de mulheres. Vale destacar que conforme relatos na época, as condições de trabalho da fábrica eram péssimas para as mulheres. É importante frisar que a luta feminina persiste até os dias atuais em várias frentes.

Em uma delas refere-se a diferença na ocupação de algumas profissões entre homens e mulheres.

Em alguns casos, já existem um equilíbrio, contudo em outras profissões, a disparidade continua, apesar dos avanços nos últimos anos.

A socióloga e doutora Dida Dias explica que esta disparidade entre as profissões acontece devido a construção de uma sociedade patriarcal. Segundo ela, é fundamental destacar que este cenário é uma realidade da parte ocidental do mundo, na qual as mulheres foram incentivadas a ter mais ‘cuidado das pessoas’ de certa forma, ficando com as tarefas domésticas. Não é à toa que este panorama permanece até os dias atuais, logicamente com o direcionamento de determinadas profissões para as mulheres.

“As profissões ligadas ao público, como a advocacia, engenharia e a política foram destinadas aos homens em sua amplitude por diversas décadas. Agora a situação está mudando, porém a passos lentos”, salientou.

Além disso, Dida Dias citou a questão dos salários entre homens e mulheres no Brasil. De acordo com um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), realizado no ano de 2018, a mulher recebe menos que o homem em todas as ocupações.

Dr. Dida Dias/ Foto: Acervo Pessoal

Dessa forma, as mulheres ganham, em média, cerca de 20% menos que os homens.

Educação

Mesmo com as dificuldades, as mulheres tem obtido visibilidade crescente. Um dos exemplos é a educação. Para se ter uma ideia, a primeira grande lei educacional no Brasil, criada no ano de 1827, determinava que nas “escolas de primeiras letras” do Império, meninos e meninas estudassem separados e tivessem currículos diferentes. Na matéria de Exatas, por exemplo, as meninas tinham menos lição. Hoje, a realidade mudou e as mulheres ingressam cada vez mais no Ensino Superior. Segundo dados do IBGE (2019), 19,4% das mulheres com 25 anos ou mais tinham curso superior, contra 15,1% dos homens.

Dida Dias, que foi professora do Ensino Superior e atualmente ministra palestras, explica que o avanço está acontecendo, porém ainda é preciso de mais ações. Ela cita o caso das dificuldades das mulheres pretas e das que moram na periferia, nas quais só conseguiram ingressar na universidade por conta de políticas públicas. “As realidades das mulheres pretas e indígenas são diferentes.

No meu caso, por exemplo eu fiz meu doutorado com mais de 50 anos”, lembra.

Preconceito

Infelizmente, o preconceito contra as mulheres ainda está presente na sociedade.

A advogada Bruna Garcia que atua na parte criminalista cita que existem vários casos de machismo na profissão. “É difícil. As pessoas falam ‘olha, você é muito bonita’, ‘como você vai entrar na cadeia?’.

A gente escuta essas palavras e temos que lidar com isso”, destacou. Ela salienta que ainda faltam políticas públicas e ações humanitárias para acabar com este preconceito
Bruna também lembra que quando cursou a graduação, o número de mulheres na sala era proporcional aos homens. “Dia 8 de março é uma data simbólica. Sempre lutei pelos direitos das mulheres e espero um futuro melhor”, finalizou.

Bruna Garcia/ Foto: Acervo Pessoal

A também advogada Carolina Zanella explicou que toda mulher busca empoderamento e independência.

“Eu trabalho na área de Direito de Família. Então, a maioria do público que eu atendo é feminino. Grande parte das mulheres se queixam de abusos psicológicos de maridos. O problema é que as autoridades ainda não estão preparadas para atender as mulheres. Infelizmente, até hoje colocam a culpa na vítima”, destacou.

Carolina trabalha como a advogada há 14 anos, ou seja, sempre lidou com a Lei Maria da Penha.

Ela destaca que a legislação precisa funcionar mais na prática.

Carolina Zanella/Foto: Acervo Pessoal

Política

Assim, como em outras áreas, as mulheres tem ampliado seu espaço na política, ainda que longe da proporcionalidade dos homens.

Inclusive o direito do voto feminino só foi permitido no Brasil no ano de 1932, ou seja, há 90 anos.

Hoje, os partidos políticos precisam cumprir uma cota de 30% das candidaturas para as mulheres nas eleições.

Vale destacar que a política é essencial para a realização de projetos voltados para o público feminino.

Primeira e única prefeita de Santos (1989 – 1992), a atual vereadora Telma de Souza (PT) trouxe uma série de avanços na luta do universo feminino e feminista ao longo de sua gestão, como a Casa de Acolhimento e a Coordenação da Mulheres.

Telma, que também já foi deputada federal e estadual, destaca que é preponderante o avanço da luta das mulheres em todas as áreas.

“O dia 8 de março é uma data simbólica no ano, mas o propósito de lutar e saber a importância da luta feminina é algo permanente”, destacou.

Telma de Souza/ Foto: Carla Nascimento

Assim como Telma, a jornalista e vereadora Audrey Kleys (PP) tem um papel fundamental na luta das mulheres na região.

Ela enfatiza que como presidente da Comissão da Defesa dos Direitos da Mulher na Câmara de Santos tem reforçado sobre a importância dessa construção para que haja um olhar diferenciado nas necessidades e uma atuação efetiva para que os direitos básicos sejam cumpridos, como acesso à educação e saúde, por exemplo.

A começar valorizando às que estão mais distantes das oportunidades e que muitas vezes precisam lutar duramente por seus direitos e, principalmente, reconhecimento.

“No mandato procuramos atender às necessidades da cidade de forma integral, cobrando e encaminhando demandas. Mas nosso olhar para as ações direcionadas às necessidades femininas é de grande importância e já transformou muitas vidas”,  citou Audrey.

“Entre festas e homenagens, que são necessárias, cabe a nossa reflexão sobre o quanto avançamos e principalmente o quanto ainda temos a conquistar”, finalizou.

Audrey Kleys/ Foto: Acervo Pessoal

 

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