
Servidores percorreram o trecho da Praça das Bandeiras até o Canal 3, no Gonzaga, e retornaram pelo mesmo caminho, passando em frente ao edifício onde o prefeito reside. Foto: Divulgação/Sindserv
Em seu 12º dia de paralisação, servidores municipais percorreram pela manhã o trecho da Praça das Bandeiras, no Gonzaga, em direção ao prédio onde o prefeito reside na Avenida Bartolomeu de Gusmão, próximo ao Canal 3.
De forma pacífica, os funcionários pediram reajuste salarial e proferiram palavras de ordem. À tarde, o volume foi bem menor de pessoas, com concentração na Praça das Bandeiras. Segundo o Sindserv – Sindicato dos Servidores de Santos, uma nova concentração está marcada para as 8 horas desta terça, em local ainda não definido.
Além da falta de reajuste salarial, os funcionários reclamam da falta de condições de trabalho e material para o uso diário pelos profissionais, em áreas como Saúde e Educação, por exemplo.
A greve foi, aliás, alvo de manifestação do deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL), que declarou apoio aos servidores de Santos na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo – ALESP.
Ele classificou como ‘autoritária e fascista’ a decisão do prefeito Paulo Alexandre Barbosa em ir à Justiça contra a greve. O Ministério Público acenou que a greve pode ser considerada abusiva. Porém, caberá ao juiz José Vitor Teixeira a decisão de acatá-la ou não.

No período da tarde, o fluxo de servidores foi menor e ficou restrito à Praça das Bandeiras, no Gonzaga e imediações. Foto: Divulgação
Mesa redonda
Outro sindicato dos servidores, o Sindest – Sindicato dos Estatutários, esteve reunido nesta segunda com o secretário de Gestão da prefeitura de Santos, Carlos Teixeira Filho, o ‘Cacá’. Ele garantiu, em mesa-redonda no Ministério do Trabalho, que apresentará, na próxima segunda-feira (27), nova proposta para a data-base de fevereiro.
Ele ponderou ao gerente do escritório ministerial na cidade, Gionei Gomes da Silva, que a prefeitura não teve “tempo hábil para formular uma proposta” e que precisa de “estudo minucioso” por parte de comissão do Executivo criada com essa finalidade. Gionei marcou então a próxima mesa-redonda para a próxima segunda.
O presidente do sindicato, Fábio Marcelo Pimentel, classificou o argumento como ‘esquisito’. ” A prefeitura está com as nossas reivindicações desde
novembro do ano passado e, mesmo assim, alega falta de tempo hábil para analisá-las”.
“De qualquer forma”, justifica o sindicalista, “como investimos nas negociações, continuaremos dialogando. Mas esperamos que as conversas não se
arrastem por mais tempo, pois a categoria está impaciente”.
Balanço da Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Santos informa que houve queda nos números de funcionários da Saúde que aderiram à greve, tanto na rede básica de atendimento, como no PS da Zona Noroeste. A Assistência Social também registrou diminuição, indo de 70% para 64% nesta segunda. Na Educação os índices se mantiveram em torno de 70%.
Os demais setores da Prefeitura tiveram baixa adesão e os serviços e equipamentos estão funcionando normalmente.
Saúde
Segundo a Prefeitura, a queda foi de 30% no número de auxiliares e técnicos de enfermagem que faziam parte do movimento grevista no Pronto-Socorro da Zona Noroeste. Na sexta-feira, a taxa de adesão era de 80%, caindo para 50% nesta segunda.
A Atenção Básica também registrou queda na adesão: de 31,5% na sexta, para 29,2% hoje. Todas as unidades estão abertas, embora em algumas esteja ocorrendo atendimento parcial por conta dos servidores em greve.
A Maternidade Silvério Fontes e o Hospital Arthur Domingues Pinto não registram hoje, na parte da manhã, adesão de funcionários à greve. Todo o Complexo Hospitalar da Zona Noroeste segue em pleno funcionamento, assim como o Pronto-Socorro da Zona Leste e o Pronto-Socorro Central, unidades com equipes completas.
O Ambesp Centro está funcionando com atendimento médico normal para as consultas. Porém, devido aos servidores em greve, as pessoas não estão conseguindo agendar novas consultas ou exames. No Ambesp ZNO o atendimento está normalizado, incluindo a marcação de consultas. Na Saúde Mental a adesão está em 47.2%.
Educação
Das 55 escolas apuradas, 44 estão sem aulas, representando mais de 70% do total.
Assistência Social
Ausências chegam a 64%, mas estão mantidos os sete Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) abertos, mas trabalhando com equipe reduzida. Assim como os outros serviços essenciais como Creas, Centro Pop, NAI e Casa Dia para idosos. Os Cecons – Centros de Convivência estão fechados. Os três restaurantes Bom Prato funcionam normalmente.
Esportes
A adesão na pasta foi pequena e não acarretou interrupção das atividades.
Segurança
A Guarda Municipal continua atuando no reforço da segurança em pontos estratégicos da Cidade. Não há adesão à greve em todo o quadro da Pasta, entre guardas municipais, equipe administrativa, Gabinete e Defesa Civil.
Meio Ambiente
Na Secretaria de Meio Ambiente não há registro de adesão à greve nos equipamentos. O Orquidário e o Aquário permanecem abertos às segundas-feiras até 10 de abril, para atender a temporada de cruzeiros.

Centenas de servidores compareceram às manifestações pela manhã, que se concentraram na região do Gonzaga. Foto: Divulgação