Impulsionado pela safra recorde de grãos, que bateu 237 milhões de toneladas em 2017, sendo 48% (114 milhões) exclusivamente para exportação, o Porto de Santos teve a maior movimentação de cargas em sua história no ano passado: 129 milhões 865 mil 022 toneladas.
Em 2016, o cais santista movimentou 113 milhões 815 mil toneladas.
Um crescimento de 14,1% no período.
No ano passado, foram 93 milhões 557 mil 277 toneladas em cargas exportadas e 36 milhões 307 mil 745 toneladas importadas.
Estes números representam uma alta de 14,9% e 12,1%, respectivamente, em relação ao ano anterior.
O recorde histórico foi anunciado pelo presidente da administradora portuária (Codesp), José Alex Oliva.
Ele participou do Fórum Operação Safra 2018, ocorrida na manhã desta terça (23) no terminal do Concais, no porto de Santos.
Números generosos
Os números foram generosos para o cais santista.
O setor iniciou 2017 em uma situação delicada, com demissões em massa em terminais portuários, situação que melhorou – ainda que lentamente – no segundo semestre passado.
A safra histórica também deve-se ao clima excelente no ano passado registrado nas regiões agrícolas.
Ou seja, sem chuvas ou estiagem em excesso, contribuindo na produção recorde.
A expectativa para este ano é ligeiramente menor (-3,8%), atingindo 228 milhões de toneladas, sendo 111 (48,6%) para fins de exportação.
Mesmo assim, será o segundo maior volume de produtos retirados do campo.
Porto de Santos é agro
Parodiando um comercial veiculado na TV, pode-se dizer que o porto de Santos é agro.
Hoje, cerca de 50% das cargas movimentadas no cais santista são de granéis vegetais.
A média diária de 7.106 caminhões foi responsável em transportar 549,3 mil toneladas de granel vegetal e 249,7 mil de granel mineral.
Existem picos de até 14 mil em meses de safra, como março e agosto.
O avanço do agronegócio se reflete no aumento numérico que contribuiu para o recorde histórico.
Hoje, o cais santista responde por 72% de toda a exportação de produtos vegetais pelos portos brasileiros.
Ou seja, sete em cada dez quilos de carga vegetal exportada no País (açúcar, soja, milho, por exemplo) passam pelo cais santista.
O milho foi o grande destaque neste cenário.
Pelo cais, foram exportados 14 milhões 280 mil 349 toneladas, uma alta significativa de 79,8%.
A soja, no entanto, lidera o ranking entre os vegetais.
Foram 21 milhões 733 mil 202 toneladas (alta de 13,6%), seguida pelo açúcar, com 20 milhões 631 811 toneladas (alta de 1,9%).
Animado com o resultado, Oliva traça como meta a redução ainda maior do tempo de espera das embarcações, que já foi de 20 dias e hoje está em 9.
“Nossa meta é terminar o ano com 6 dias de espera para embarque e desembarque dos produtos”, revelou.
Safra 2018
Técnicos e especialistas na logística portuária discutiram as ações a serem aperfeiçoadas no cais santista para evitar atrasos e problemas à cadeia portuária.
Tal fato influenciava o cotidiano da população.
Após os graves problemas de logística, cujos picos ocorreram em 2013 e 2014, setores envolvidos com a movimentação de carga criaram mecanismos para evitar a ocorrência de transtornos.
Por exemplo, a invasão de caminhões que chegavam ao Porto de Santos sem controle.
Eles ocupavam espaços públicos, sem regras e atrapalhando o já conturbado trânsito das cidades.
A então prefeita Marcia Rosa, de Cubatão, chegou a proibir a entrada dos caminhões no município em 2013.
A medida provocou o caos e prejuízos generalizados, com enormes filas nas estradas, impactando até a Capital.
O ato visava impedir que a cidade – ligação com o cais santista – fosse prejudicada pelo descontrole na movimentação rodoviária.
Hoje, o monitoramento é integrado por meio do Portolog, sistema desenvolvido pela Secretaria Especial dos Portos.
Ele tem o objetivo de realizar o agendamento e sequenciamento de acesso de caminhões.
A proposta prevê a sincronia das datas de chegada dos navios e das cargas nos terminais.
Ele inclui a programação e o credenciamento de veículos para racionalizar o acesso aos terminais portuários.