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Saúde

25 DE JUNHO DE 2020

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Com internação prematura, Praia Grande diminui letalidade pelo Covid-19

Praia Grande, no litoral sul paulista, priorizou a atenção básica e da família, cujos resultados são sentidos com a taxa de letalidade menor que as médias paulista, nacional e mundial.

Por: Fernando De Maria

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O município de Praia Grande, no litoral sul paulista, tem registrado indicadores positivos em relação à letalidade de casos do Covid-19.

Com base no boletim divulgado pela Prefeitura desta quarta (23), são 3.716 casos confirmados no Município, com 95 óbitos – taxa de letalidade de 2,5%.

Em São Paulo, a letalidade é de 5,6%; no Brasil, 4,5% e no mundo, 5,1%.

Praia Grande tem 316.844 moradores, segundo a Fundação Seade.

Um dos motivos para o sucesso das ações – que ganharam destaque na imprensa nacional, conforme reportagem da Globonews – é o trabalho de base realizado pelo setor de atenção básica e saúde da família.

Isso permite ter os cadastros de saúde de cada paciente e assim contatá-los e monitorá-los, caso necessário.

Ou seja, onde a atenção de saúde básica tem melhor estrutura, a chance de recuperação de pacientes do Covid-19 é maior.

Esta estratégia já foi destacada pelo neurocientista Miguel Nicolelis, coordenador do comitê científico do Consórcio Nordeste.

Em entrevista à imprensa, ela afirmou que a disseminação da covid-19 precisa ser combatida com equipes de saúde indo diariamente à casa de pessoas com suspeita de infecção pelo covid-19.

 

 

Praia Grande

Estratégia semelhante ocorre em Praia Grande.

Com os dados disponibilizados e o acompanhamento por parte dos profissionais de saúde, é possível monitorar os pacientes, especialmente os que tem comorbidades, como diabetes e hipertensão, que fazem parte do grupo de risco.

Três ações foram criadas para evitar a piora da saúde dos moradores.

Apoio à rede básica de saúde, implantação de um call center (telefones 162 e 3496-2281), onde as pessoas podem dirimir dúvidas com profissionais de saúde que dão instruções aos pacientes, e a internação precoce.

Ou seja, a Secretaria de Saúde não se espera que o quadro do paciente piore para, enfim, interná-lo.

“Quando as pessoas apresentam sintomas gripais e respiratórios, inicia-se um acompanhamento com as pessoas e seus familiares”, explica o médico Eduardo Yabuta, um dos profissionais encarregados do comitê de contingenciamento do município.

Ou seja, ao iniciar o monitoramento precoce, evita-se que o quadro de saúde da paciente se agrave.

“Apenas 1,89% dos contaminados chegam às UTIs”, explica o médico.

Ele enfatiza que os hospitais de campanha são a porta de entrada para os pacientes com sintomas leves da doença.

Desta forma, com o tratamento e isolamento corretos, os pacientes são monitorados para evitar que o quadro se agrave.

“Nos primeiros sintomas, o paciente já é internado para que a situação não evolua para fases mais severas”, diz.

São dois  hospitais de campanha montados nos ginásios Falcão (Bairro Mirim) e Rodrigão (Tupi).

Nos locais, foram instaladas camas,  cadeiras de rodas, mesas, poltronas, cilindros de oxigênio e todo o material necessário para o funcionamento dos 188 leitos (100 no Falcão e 88 no Rodrigão).

Praia Grande instalou dois hospitais de campanha em ginásios municipais. Foto: Divulgação/PMPG

 

Números conflitantes

 

A despeito das informações que existem 95 vítimas fatais do Covid-19 em Praia Grande, os números dos cartórios diferem.

No entanto, conforme o portal de transparência do Registro Civil, o total de mortes por covid-19 nos cartórios já chega a 139, elevando a taxa de letalidade para 3,7%.

Para efeito de comparação com números populacionais semelhantes, Guarujá, com 316.405 habitantes, são 3.663 confirmados, com 164 óbitos – taxa de letalidade de 4,5%.

Nos cartórios, são 155 vítimas registradas.

Situação pior em São Vicente, com 357.929 moradores, sendo 2.080 infectados e 148 mortos (letalidade de 7,1%), bem acima das médias paulista, nacional e mundial.

Por sua vez, são 129 mortes registradas em cartórios.

Deve-se salientar que os números são conflitantes, pois há demora na confirmação de mortes pelo Covid-19 que aguardam as confirmações dos testes pelas prefeituras em relação aos registros nos cartórios.

 

Além dos números

A despeito dos números divulgados pelas prefeituras e cartórios, a cidade tem se destacado em âmbito regional não só na taxa de letalidade, mas nos gastos aplicados em ações do Covid-19.

Conforme balanço do Tribunal de Contas, a cidade – terceira mais populosa da Baixada Santista – é a sexta em gastos regionais per capita pelo Covid-19.

Até maio, o gasto per capita foi de R$ 65,92.

Acima apenas de Itanhaém, Peruíbe e São Vicente entre as demais cidades da região.

Confira entrevista do médico Eduardo Yabuta ao programa Notícias do Dia.

 

 

 

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