O processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) está em andamento e a cada dia ganha novos capítulos. Em entrevista na última sexta-feira (11), a presidente declarou que o governo lutará contra o processo de impeachment, cujo pedido de abertura foi aceito pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), que também luta por sua permanência no cargo em razão de denúncias de enriquecimento ilícito. Vale ressaltar que durante a última reunião do Conselho de Ética, na quinta-feira (10), para examinar o processo de cassação de Cunha, os deputados sairam inclusive no tapa, adiando mais uma vez a decisão.
Voltando ao impeachment da presidente, Dilma disse ainda que o governo não pretende interferir na posição dos partidos da base aliada do Congresso durante o andamento do processo, mas vai trabalhar pela manutenção de seu mandato.
Para o professor de política da PUC/SP e membro do Núcleo de Pesquisas de Políticas Públicas da USP, Édison Nunes, é importante ressaltar o motivo de todo este processo. “O primeiro é o fato do próprio crime de responsabilidade fiscal, derivado das ‘pedaladas fiscais’. E o segundo foi a maneira com que a presidente governou criando um cenário de tensão, principalmente, com o PMDB”, ressalta.
Édison analisa que o andamento do processo será mais rápido do que se imagina e que culminará no impeachment. “Janeiro será um mês surpreendente para muita gente. Muitos acreditam que não será possível alcançar os 2/3 necessários, mas o cenário e as últimas decisões da Câmara têm demonstrado que é possível”, ressalta. Para ele, o próprio PT, por conta das eleições de 2016 e da próxima em 2018, pode assumir uma postura a favor do processo.
Segundo Édison, o País já vive a crise a sentirá ainda mais no próximo ano. Caso o governo não mude, o pesquisador acredita que o cenário tende a piorar em 2016 e será aprofundado em 2017.
Manifestação
Neste domingo (13), está marcado uma manifestação a favor do impeachment. Evento, organizado via Facebook, já conta com mais de mil interessados e outros mil confirmados. Ponto de encontro será na Praça do Surfista, às 14 horas, e seguirá para a Praça da Independência.
