203 votos.
Este é o número mágico que pode alterar o quadro do Legislativo santista.
Isso porque trata-se da quantidade de votos obtidos pelo candidato Vinicius Fialho do Nascimento, o Fialho, que obteve 203 votos nas eleições passadas.
Se na ocasião os votos do candidato não foram computados, agora, por decisão da Justiça Eleitoral, eles estão válidos.
E assim, cria-se o imbróglio, pois na quinta (20), a partir das 14 horas, haverá o reprocessamento dos 199.397 votos válidos já dados pelos eleitores santistas aos candidatos ao Legislativo, acrescidos deste novo montante.
Assim, o total de votos válidos para vereadores passará para 199.600 – e o quociente eleitoral (total de votos / cadeiras) passará para 9.504 (ante 9.495 anteriormente).
A decisão decorre do pedido do Podemos, partido que elegeu dois vereadores (Fabrício Cardoso e Fábio Duarte).
A decisão foi publicada em edital 005, assinado pelo juiz eleitoral Joel Birello Mandelli.
A recontagem será on line e contará também com apenas com duas servidoras da Justiça Eleitoral (zona 118ª).
Aos demais interessados, será facultada a participação remota pelo link: https://meet.google.com/byz-iqmj-rko
Como o cálculo não é tão simples assim, pois depende de várias contas, a tensão é grande entre os políticos.
“Isso provoca um clima de suspense”, reconhece o presidente do Legislativo, Adilson Jr, que participou hoje do programa Jornal Enfoque – Manhã de Notícias.
Nos bastidores, os telefones não pararam – e nem irão parar até o dia do reprocessamento dos números.
A tensão e a expectativa é clara entre aqueles que estão no mandato e os que sonham com uma vaga.
Contas
No ano passado, o quociente eleitoral – divisão do total de votos válidos pelo número de cadeiras (21, em Santos) – foi de 9.495 votos.
A questão central são as sobras, que levam em consideração os quocientes partidários.
E aí que mora o perigo, pois os cálculos feitos para a obtenção de uma cadeira restante leva em consideração até a possibilidade de um partido não obter uma cadeira, mas que tenha votos suficientes nesta sobra.
Foi o caso do PSOL, que obteve 8.162 votos, e pela primeira vez elegeu uma vereadora, no caso a advogada Débora Camilo.
Para se ter ideia da complexidade, dos 21 vereadores, apenas 10 entraram pelo quociente partidário.
Os demais foram eleitos pela média (veja quadro).
Partidos Eleitos quoc. partidário Eleitos pela média
PP (23.608 votos) 2 1
PSDB (21.468 votos) 2 1
PSB (17.588 votos) 1 1
Podemos (16.815 votos) 1 1
Republicanos (16.086 v.) 1 1
PL (16.075 votos) 1 1
DEM (14.241 votos) 1 1
PT (14.062 votos) 1 1
PSL (13.957 votos) 1 1
PSOL (8.162 votos) 0 1
Fonte: TSE
Câmara santista: mudanças podem ocorrer?
Quociente eleitoral
Com a soma dos 203 votos, o quociente eleitoral passará a 9.504, o que poderia, em tese, provocar alguma mudança nesta composição em relação aos outros indicadores.
De qualquer forma, se isso ocorrer, o primeiro partido que poderia ser beneficiado seria o PSB, que obteve 17.588 votos – e elegeu dois vereadores (Benedito Furtado e Marcos Libório)
Mesma quantidade de edis eleitos pelo Podemos, que obteve em outubro 16.815 votos.
Com os 203 a serem acrescidos, o partido passará a 17.018 – mas a média permanece inferior (1,75) ao do PSB (1,85) no total de votos.
Ou seja, se houver alguma mudança na configuração da Câmara, o principal beneficiado será o PSB, em tese.
No entanto, conforme um vereador consultado pelo Boqnews, o número de votos a serem acrescidos não é tão elevado a ponto de alterar o quadro.
“Se fossem uns 500 votos, aí sim isso poderia ocorrer”.
De qualquer forma, até quinta-feira o suspense paira no mundo político santista. E tudo pode ocorrer.
Cálculos e contas não param entre políticos e assessores.