A Prefeitura de São Vicente se prepara para entregar 1.695 moradias populares até o primeiro semestre do ano que vem. Pelo menos 500 serão ocupadas ainda este ano. A presidente Dilma Rousseff deverá entregar pessoalmente 200 destas unidades em junho, no Jardim Rio Branco. Apesar das chuvas, as obras não param.
O ritmo hoje é da construção de 3 moradias por dia e será mantido até 2012 com recursos de R$ 90 milhões do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (Finhis), informou o prefeito Tercio Garcia.
O principal desafio neste momento é transferir para estas novas unidades a maior parte das 2.168 famílias que ainda vivem na borda da Favela México-70, que já foi a maior do País em palafitas. O alvo agora são as submoradias na chamada franja da México-70, junto da maré, uma vez que grande parte das situadas na área interna já foram desocupadas e seus habitantes transferidos para apartamentos do CDHU ou de outros projetos em andamento na Cidade.
Mais de 200 operários constroem habitações em quatro frentes simultaneamente. Em uma área de 50 mil m2, no Parque Bitaru, atrás do Centro de Convenções e da obra do primeiro teatro de São Vicente, são edificadas 595 unidades, sendo um núcleo de 179 apartamentos no Bitaru I e outro de 416 moradias no Bitaru II. São blocos de dois e quatro pavimentos dotados de infraestrutura, ao lado de uma escola. Cada unidade tem 42 metros quadrados.
A terceira frente fica em um terreno de 20 mil m2 no Jardim Rio Branco, atrás da Subprefeitura da Área Continental, onde 600 apartamentos já estão com as paredes levantadas e a infraestrutura pronta. Falta agora o acabamento. A entrega está prevista para junho e o secretário de Habitação, Alfredo Martins, recebeu nesta terça-feira (22) ligação do Ministério das Cidades, informando-o do desejo da presidente Dilma Rousseff comparecer na entrega das primeiras 200 moradias deste núcleo.
A quarta frente de obras fica também no continente, na Vila Samaritá, onde 500 unidades já estão com janelas, esquadrias, e grande parte já recebe pisos e azulejos. A previsão de entrega é outubro deste ano. Para estes novos núcleos irão famílias que tiverem condições de pagar prestações mensais de cerca de 10% da renda familiar durante dez anos.
Segundo o secretário Alfredo Martins, a expectativa, no Bitaru, é entregar pelo menos 200 unidades até o final de abril: “Se a chuva der uma trégua, vamos conseguir”, disse Martins, lembrando que para lá também irão moradores das palafitas encravadas na maré que formam a franja da México-70.
O prefeito Tercio Garcia, em visita às obras, ressaltou que, nesse ritmo, será possível atingir a marca da entrega de aproximadamente 3 casas por dia até o final do seu mandato, em dezembro de 2012. “A meta é implantar uma avenida à beira-mar ao redor da México-70, abrindo a região para o turismo e ainda evitando novas invasões”, disse o prefeito, lembrando que da franja da México-70 já saíram recentemente 368 famílias.
A preparação das famílias que serão removidas da borda da México-70 já começou. A mudança envolve técnicos da Prefeitura e da Caixa Econômica Federal. Haverá também o trabalho de pós-ocupação, que consiste em ensinar os moradores a viver em sistema de condomínio. São Vicente ainda toca o projeto habitacional do Sambaiatuba, que já atendeu a mais de 2 mil famílias.
A Secretaria da Habitação tem um cadastro-único com 18 mil inscritos interessados em ocupar moradias populares. Para atender à demanda, a Prefeitura quer a conclusão de outras 310 unidades dos núcleos Penedo e Primavera, cujas obras foram paralisadas por causa da falência da construtora contratada pela CEF.