Um ano depois, situação no transporte público em Santos permanece a mesma | Boqnews
Foto: João Pedro Bezerra

Santos

12 DE MARÇO DE 2021

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Um ano depois, situação no transporte público em Santos permanece a mesma

Ônibus em Santos continuam com grande tempo de espera, sem álcool em gel e riscos em horários de pico

Por: Da Redação

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Se uma das medidas de segurança contra a Covid-19 é manter o distanciamento e evitar as aglomerações, o transporte público municipal está na contramão. Com menos ônibus, diversas cidades do Brasil tem veículos lotados nos horários de pico e em Santos não é diferente.

Ponto de ônibus fica aglomerado no início da manhã/Foto: João Pedro Bezerra

Desde a chegada do coronavírus ao País há pouco mais de um ano, o transporte público na Cidade teve poucas alterações, mas os problemas, mostrados pelo Boqnews ao longo da pandemia, permanecem. Ou seja, um ano depois, a situação permanece igual. No entanto, o vírus sofreu mutações e as novas variantes se mostram mais transmissíveis. Dessa forma, o transporte público se torna o palco ideal para o contágio da Covid-19, principalmente se as janelas estiveram fechadas e os passageiros usarem a máscara de forma incorreta.

De acordo com a médica infectologista do Grupo Pardini, Melissa Valentini, as novas variantes da Covid-19 são ainda mais transmissíveis, tanto que no transporte público, o ideal é usar as máscaras N-95 e as cirúrgicas, devido ao perigo do contágio. “A máscara de pano é adequada se tiver três camadas. As pessoas devem se higienizar após desembarcar do ônibus e devem evitar os horários com mais fluxo”, enfatizou.

Além disso, Melissa ressaltou a importância do equipamento cobrir nariz e a boca.

Situação

As restrições do Plano São Paulo surtiram efeito na circulação de passageiros, haja visto que muitos estão sem trabalhar, pois o comércio não essencial está fechado. Com isso, as aglomerações diminuíram. As principais diferenças são visíveis em diversos horários do dia. Porém, nos momentos de pico, algumas linhas continuam lotadas, como as 4, 156 e 29. Uma das explicações para o fato é o tempo de espera dos veículos.

Algumas linhas permanecem lotadas em horários de pico/ Foto: João Pedro Bezerra

Segundo a passageira Maria Lúcia que pega o ônibus na Ponta da Praia para o Canal 1, antes da pandemia, os itinerários apareciam com mais frequência “Fico muito tempo no ponto e por isso me atraso no trabalho, a situação piora na volta para casa, tem dias que espero mais de 30 minutos”, destacou Maria Lúcia. Já Renan Santos tem a sorte de pegar o ônibus no Terminal Rodoviário em um horário sem muito movimento, contudo na volta para casa, ele precisa lidar em pé no veículo

“Os ônibus estão lotados por volta das 18h e isso é muito ruim, a situação fica contraditória porque em vários lugares não podem haver aglomeração”.

Além do risco em horários de pico, outro grande problema é a falta de álcool em gel nos veículos, vale destacar que em nenhum momento da pandemia, a Piracicabana, empresa responsável pelo transporte público de Santos disponibilizou o álcool em gel nos veículos. Conforme, notado pela reportagem, os ônibus também não são higienizados com frequência, já que quando o itinerário chega no terminal, os passageiros embarcam no veículo imediatamente.

Linhas e Wi-Fi

Segundo o aplicativo Quanto Tempo Falta?, as linhas com o maior número de veículos no fim da tarde, são o 13, 139, 152, 154, 155, 193 e 194. Vale destacar que todos esses itinerários percorrem uma grande distância e passam pelas principais avenidas da cidade, atendendo um número maior de usuários.

Algumas linhas tem apenas um ônibus circulando no horário de pico/ Foto: Reprodução

Todavia, muitas linhas em pleno horário de pico (17h) só contam com um veículo, ou seja, o usuário pode ficar no ponto esperando o ônibus por mais de uma hora e meia, assim ele opta por outra linha e aí surge o perigo da aglomeração. No total, são 12 linhas (5, 8, 10, 17, 20, 30, 27, 40, 53, 54, 73 e o 80) que tem apenas um veículo no horário de pico, conforme consultado no aplicativo que não disponibiliza a saída dos veículos do terminal ou do ponto final.

Para se ter uma ideia, é muito mais fácil ir a pé ou de bicicleta do que esperar o ônibus, podemos citar como exemplo o caso da linha 17 que percorre o Centro, Canal 2, Praia e Canal 4. O WI-FI que deveria funcionar em todas as linhas apresenta constantes oscilações em alguns veículos. Na linha 29, prefixo 4922, a internet sequer fica conectada.

Prefeitura e Piracicabana

De acordo com a Prefeitura de Santos a frota operacional é composta por 185 coletivos (100% da frota). Em nota, o Poder Municipal destacou que a frota é dimensionada pelo número de passageiros ao longo do dia. “Neste momento de pandemia, o número de usuários reduziu em 50% e oscila diariamente. E o transporte coletivo enfrenta uma série de desafios a fim de manter a operação do serviço e evitar a propagação do vírus. Por isso, há monitoramento realizado diariamente, online e presencial, especialmente nos picos de início da manhã e do final de tarde, mais veículos são colocados à disposição, caso haja necessidade, e novos veículos são acrescentados imediatamente à frota”.

Além disso, a Prefeitura destacou que os protocolos citados pelas autoridades de saúde estão sendo recomendados.
Em relação à higienização, a Piracicabana adotou uma série de medidas para segurança dos usuários e trabalhadores do sistema que incluem a exigência do uso de máscara, a limpeza e higienização dos ônibus nos pontos finais e no Terminal Valongo. Também no acesso ao Terminal há dispenser com álcool em gel e um equipamento de luz ultravioleta utilizado para desinfecção dos carros da frota.

A Reportagem, no entanto, não identificou estas melhorias que foram citadas.

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