Transtornos decorrentes da queda de dezenas de árvores poderiam ser minimizados | Boqnews
Foto: Nara Assunção

Ventania

06 DE MAIO DE 2019

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Transtornos decorrentes da queda de dezenas de árvores poderiam ser minimizados

Rajadas de vento que atingiram até 150 km/h provocaram transtornos na Cidade, resultando na queda de 56 árvores

Por: Da Redação

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Após o forte vendaval ocorrido no último domingo (28) que ocasionou na queda de 56 árvores e outras 17 ocorrências registradas, totalizando 73 chamados.

Além das árvores, os motoristas enfrentaram problemas em relação ao trânsito.

No Gonzaga, em certas ruas, como a Marechal Deodoro, a falta de luz ocasionou problemas na circulação dos automóveis e pedestres.

Os ventos fortes também foram um problema na Ponta da Praia, onde ventos chegaram a 82 km/h com rajadas de até 150 km/h.

No entanto, a despeito dos ventos, por qual razão algumas árvores caem e outras não?

De acordo com a curadora do Herbário (HUCS) da Universidade Santa Cecília e pesquisadora em taxonomia e ecologia de briófitas, a professora Zélia Rodrigues de Mello, o que pode ocasionar a queda de árvores em tempestades com ventos fortes é o estresse produzido por agentes patogênicos como fungos, bactérias e insetos.

Segundo ela, além das três espécies de fungos que causam a podridão de raízes e troncos, outros motivos podem ocasionar o estresse da planta resultando em sua morte ou tombamento por ventanias: as podas inadequadas; aplicação de cimento sobre caules ou raízes; a construção de muretas ao redor da árvore (impede a infiltração das águas da chuva).

E ainda, atos de vandalismo como a remoção de uma porção da casca ou furos em seu tronco (facilitando o ataque de insetos e patógenos); acidentes de trânsito e plantio em espaços pequenos (não deixando as raízes crescerem devidamente).

“Árvores bem cuidadas, sadias, influenciam diretamente na qualidade de vida dos munícipes. Pois proporcionam a redução de ruídos; melhoria do microclima; produzem sombras deixando a temperatura e umidade agradável. Além de atraírem diversas espécies de pássaros”, afirma.

 

 

Pedidos de podas

Para muitos munícipes, os fortes ventos que atingiram a Cidade na tarde de domingo e derrubaram 56 árvores poderiam ser, em parte, evitados.

Coincidência ou não, a Ouvidoria registrou no ano passado um aumento no volume de pedidos sobre poda de árvores.

Em 2016, foram 1214 (3,32 por dia, em média); 883 em 2017 (2,42 por dia) E 1.649 em 2018 (4,5 por dia).

Este ano, até o final de abril, foram 532 pedidos (4,47 por dia). Ou seja, mantém a tendência de alta em relação aos anos anteriores.

Por sua vez, alega a Ouvidoria, que a média em dias de execução diminuiu.

Trata-se do período em que o munícipe faz a ocorrência até a execução do serviço.

Era de quase 1 ano em 2016 (355 dias), caiu para 179 no ano seguinte.

Contudo, voltou a subir para 223 em 2018.

Nos primeiros quatro meses de 2019, o cenário é mais otimista.

Ou seja, 98 dias entre o pedido feito pelo munícipe e o serviço realizado, garante a Ouvidoria.

A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Seserp), informa, ainda, que os donos dos imóveis particulares são responsáveis pelas calçadas, desde que estas não tenham árvores ou pontos de ônibus.

Entretanto, no caso de haver árvores e/ou ponto de ônibus, à Prefeitura cabe o reparo no local da interferência.

Devido à ventania do último domingo, todas as calçadas que tiveram árvores caídas serão reformadas pela Prefeitura, por meio de suas subprefeituras.

O início das reformas tem previsão a partir desta semana.

 

Pedidos por poda de árvores crescem. Tempo de espera diminui, garante Ouvidoria. Foto: Nando Santos

 

Escola prejudicada

Os fortes ventos trouxeram impacto não só às vias públicas.

Localizada na Ponta da Praia – bairro cujas rajadas de vento chegaram a 150 km/hora, segundo a Defesa Civil -, a escola municipal de Educação Infantil Iveta Mesquita Nogueira registrou a queda de duas árvores.

Elas caíram no muro junto a um imóvel vizinho, que não tinha gente no momento.

Um corredor interno da escola onde as crianças costumam brincar foi danificado em razão da queda das árvores.

Ninguém se feriu e as aulas funcionaram normalmente.

Em nota, a Secretaria de Educação esclarece que profissionais da pasta, subprefeitura da Zona da Orla e Intermediária e Defesa Civil estiveram no local ainda na tarde de domingo, logo após a ocorrência.

A previsão para o término dos trabalhos de corte e retirada das árvores é nesta semana.

Após este período, informa a Seduc, será realizada uma avaliação dos danos tanto na unidade como no terreno vizinho para ressarcimento e devidos reparos.

 

Ventos derrubaram duas árvores localizadas dentro da escola infantil. Serviços de retirada iniciaram pela manhã. Foto: Divulgação

 

Lei Complementar

De autoria do vereador Benedito Furtado (PSB), a Lei Complementar 973/2017, dispõe sobre o manejo da vegetação de porte arbóreo no município.

Segundo o artigo 4 da LC, fica proibido o manejo que possa causar dano.

Além da alteração do desenvolvimento natural ou morte da vegetação de porte arbóreo.

No entanto, no artigo 6, está prevista que a vegetação de porte arbóreo em área pública poderá ser gradativamente substituída quando o exemplar arbóreo apresentar o estado fitossanitário comprometido ou deformações resultantes de podas sucessivas ou de acidentes.

Contudo, no artigo seguinte, está caracterizado que o manejo da vegetação em áreas públicas deverá ser autorizado somente pelo órgão municipal responsável pela arborização urbana, após parecer técnico.

Portanto, somente os funcionários competentes do órgão municipal; Defesa Civil; Corpo de Bombeiros ou funcionários de empresas concessionárias ou permissionárias de serviços públicos poderão fazer a manutenção.

No caso, a Lei Complementar ainda especifica que, em caso de descumprimento, os infratores ficarão sujeitos a algumas penalidades.

A multa varia de R$ 500 e pode chegar até R$ 50.000.

No entanto, em caso de reincidência, a penalização será dobrada ou em caso de manejo da vegetação de porte arbóreo, não autorizado, realizado no período noturno, finais de semana ou feriados.

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