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29 DE AGOSTO DE 2013

A farsa

Por: Da Redação

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A
Baixada Santista tem 72 mil novos moradores. Trata-se do crescimento
populacional em um ano, de acordo com o IBGE. Agora, a região possui 1 milhão
765 mil pessoas. Todas as cidades registraram aumento. Praia Grande foi o
município com maior elevação: 15.577 habitantes.  

Bertioga teve o maior crescimento
proporcional. A população aumentou 6,7%. São mais 3.375 pessoas. Santos
registrou o menor crescimento (3,2%). A maior cidade da região passou a ter 13.539
novos moradores, o que leva a população a 433.153 habitantes.

Além dos dados do IBGE, chegaram à
imprensa esta semana duas pesquisas sobre metropolização. A primeira indicava que
a Baixada Santista não apresenta características de região metropolitana. A
segunda análise sequer a considerava como tal.

Os estudos e as informações do IBGE confirmam
o que a sensibilidade política grita há anos. Em primeiro lugar, a Baixada
Santista passa por transformações, sem levar em conta planejamento, sustentabilidade,
mobilidade urbana ou quaisquer outras expressões que a classe política desgasta
em promessas.

Dos
congestionamentos à falta de emprego para os jovens, do déficit de habitação popular
aos espigões de riqueza concentrada, dos problemas ambientais ao transporte
público, a região fingiu não enxergar as alterações geográficas humanas. Apostou
em galinhas dos ovos de ouro que sofrem mutações anuais. Turismo de negócios,
pré-sal e assim por diante.

Em
segundo lugar, a metropolização da Baixada Santista é uma lenda, conversa para
vítimas de estelionato político. Oficialmente, com pompa e dinheiro público, a
Região Metropolitana da Baixada Santista existe desde 1996. São 17 anos de
cansaço só em ouvir o nome do fantasma.

Daí,
nasceram o Conselho de Desenvolvimento e a Agência Metropolitana. O Conselho,
na prática, reproduz a velha brincadeira da dança das cadeiras. Os prefeitos se
revezam na presidência e, quando o rodízio é quebrado, fazem birras. A última
foi Márcia Rosa, de Cubatão, preterida pela colega de Peruíbe, Ana Preto. Para
conter o chororô cubatense, o Conselho abriu exceção e se reuniu por lá.

A
Agência Metropolitana seria o instrumento de políticas públicas para a região.
Você conhece alguma? Cada cidade resolve – ou empurra para o vizinho – seus problemas
de saúde, educação, transporte etc.

O
lixo urbano é um exemplo. Os prefeitos falaram, discutiram, articularam,
negociaram e tantos outros verbos sinônimos para dar em nada. Até incinerador
entrou, certa vez, na pauta. Cada um pensou em si. Santos correu para a Área
Continental. São Vicente manda o lixo para Mauá. Praia Grande desativou lixão,
o que gerou depósitos informais.

A
Agência também adota a troca, de tempos em tempos, de seus comandantes. Muitos foram
políticos com mandato e, hoje, estão fora dos holofotes. Como feudo do Governo
do Estado, a AGEM acolhe antigos colaboradores. O atual é Marcelo Bueno,
ex-deputado estadual.

A
última reunião do Condesb, de número 166, aconteceu realmente em Cubatão, no
último dia 27. O secretário estadual de Meio Ambiente, Bruno Covas, foi
convidado para fazer um balanço de sua pasta.

Neste
ponto, o Condesb é coerente. Ali, gastar saliva é a política de ordem. Assim, a
Região Metropolitana passa a existir, não nas ruas, mas nos gabinetes dos
tagarelas. E com o agravante de 72 mil cabeças a mais. 

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