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Opiniões

16 DE JANEIRO DE 2014

A fila anda

Por: Fernando De Maria

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Estive fora nos últimos dias para gozar de merecidas e curtas férias. Tentei me isolar de tudo para tirar da pele aquela doença típica de jornalistas: ansiedade de informação. Consegui, mesmo que parcialmente.
De volta à Cidade, deparei-me com os avanços das obras do VLT – Veículo Leve sobre Trilhos ao longo da Avenida Francico Glicério, entre os canais 1 e 3. Muretas quebradas, ciclovia provisória transferida para o meio da via separada por um corredor de telas, áreas aplainadas para receber o novo fluxo de carros. Enfim, um cenário de bagunça, natural em qualquer tipo de obra ou reforma.
Surpreendeu-me, porém, a falta de pessoal trabalhando no local. Parece que passou um furacão e depois tudo parou. Ao pesquisar, li que o Ministério Público entrou com um pedido de liminar para paralisação das obras no trecho santista, o que foi obtido.
Os promotores alegam que o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) não mencionou que a Avenida Francisco Glicério seria alargada para que o VLT passasse no canteiro central da via. Eles dizem que todos os documentos de investigação  evidenciam que o traçado  original era o da linha férrea existente, ou seja, os veículos circulariam no trecho onde estavam os trilhos (mas não existem mais!).
Já escrevi várias vezes sobre o VLT, sempre questionando os critérios adotados e  o amadorismo  (grifo próprio, apesar das críticas recebidas pelo articulista pelo uso do termo em outra ocasião) da EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, responsável pela obra, em lidar com a questão. 
Afinal, a empresa desconhecia questões básicas, como o fato dos canais serem tombados, e a simples mudança – sem maiores explicações  convincentes- do trecho original previsto e divulgado oficialmente em vídeos (acesse http://veiculolevesobretrilhos.wordpress.com/tag/vlt-de-santos/), que ligava São Vicente, no terminal Barreiros, ao Porto de Santos (e não à Avenida Conselheiro Nébias, como programado agora), o que criará um problema nesta importante via da Cidade até a segunda etapa estar concluída, o que é uma incógnita. 
Não bastasse, em 2004, o próprio secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, admitia que era bem mais barato o VLP – Veículo Leve sobre Pneus que o próprio VLT (leia mais em http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0230v.htm). Opiniões são como nuvens, mudam a cada instante. Portanto, reconheço que  sempre pairaram dúvidas sobre a implantação do VLT na região, o que pode ter colocado alguns pontos de interrogação nas cabeças dos promotores. 
No entanto, também considero que os mesmos demoraram para tomar tal decisão. Basta uma procura no Google para identificar que desde 2011 já se falava em reportagens que o trajeto da Avenida Francisco Glicério seria alterado para o canteiro central, ponto da polêmica. Se havia algo errado, deveriam ter ‘botado a boca no trombone’ na ocasião e não agora quando as obras já estão em estágio avançado deixando o trecho no entorno da via em estado pós-guerra. Enfim, como diz minha cunhada, a fila anda. Gostando ou não do trajeto que ela tomará.

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