Alguns fatores contribuíram para a diminuição no número de representantes da região à Assembleia Legislativa e Câmara Federal: o elevado índice de votos brancos e nulos, o apoio de prefeitos e vereadores a candidatos de outras regiões e o crescimento da abstenção. A média de abstenção nacional foi de 18,12%. Na região, 22,67%.
Se em determinado momento da atual legislatura, a Baixada teve sete deputados estaduais (Bruno Covas, Paulo Alexandre Barbosa, Cássio Navarro – todos do PSDB -; Fausto Figueira, Maria Lúcia Prandi – ambos do PT -; além de Luciano Batista (PSB) e Haifa Madi, do PDT -, desta vez, ela elegeu três parlamentares (os tucanos Bruno Covas e Paulo Alexandre, além da vereadora Telma de Souza, do PT), deixando Luciano Batista na expectativa de obter a quarta vaga caso consiga resultado positivo no recurso junto ao Tribunal Superior Eleitoral.
Em âmbito federal, dois deputados: Márcio França (PSB) e Protógenes Queiroz (PCdoB). Apesar da baixa votação regional, Queiroz mora em Guarujá há 11 anos e filiou-se no partido comunista local para concorrer às eleições.
O atual deputado Beto Mansur (PP) também aguarda o resultado do recurso apresentado junto ao TSE, que poderá ou não vetar seu nome. Mansur ainda dependerá da decisão do TSE em relação ao cacique do partido, Paulo Maluf, que encontra-se na mesma situação. Somente os votos de Maluf garantirão mais vagas ao PP. Se ele for barrado, o partido seguirá com as duas cadeiras, sem Mansur.
Com o atual cenário, a largada à sucessão municipal já começou. Em Praia Grande, o ex-prefeito Alberto Mourão, não eleito, pode disputar a prefeitura. O problema é se o atual governante, Roberto Francisco, também tiver o mesmo objetivo, além do ex-vice-prefeito Alexandre Cunha (PMDB). A eleição promete ser uma das mais acirradas no município.
Apesar da queda no total de votos, Márcio França se mantém soberano (obteve 77.160 votos no município – 44,14% do total) em São Vicente e dará as cartas à sucessão de Tércio Garcia. Certamente, seu indicado levará grande vantagem.
Em Santos, o debate pode não ter iniciado dentro do governo Papa, mas nos bastidores isso já ocorre. Diversos vereadores, inclusive do PMDB, apoiaram o deputado Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) de olho em 2012. Ele, por sua vez, nega que será candidato hoje, mas até os pastéis do Lanches Carioca sabem do seu desejo em concorrer em 2012.
Telma de Souza também ganhou musculatura para tentar novamente a Prefeitura. O cenário, no entanto, dependerá de um fator: se o prefeito Papa lançará candidato próprio ou apoiará Paulo Alexandre. Se optar pela segunda alternativa, o caminho do PSDB ao inédito Palácio José Bonifácio estará facilitado.
Mas é sempre bom lembrar a frase do ex-prefeito Oswaldo Justo para quem roupa tomando sol durante muito tempo no varal, desbota.