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Opiniões

02 DE DEZEMBRO DE 2019

A paz que todos queremos

Por: Humberto Challoub

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O combate contra as quadrilhas que comandam o tráfico de drogas nos conjuntos de favelas localizados nos morros e conjuntos de favelas do Rio de Janeiro assumiu, definitivamente, contornos de uma autêntica guerra civil. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do estado, divulgados esta semana, não deixam dúvidas: 1.249 óbitos resultantes de conflitos com a polícia foram registrados entre janeiro e agosto deste ano, números que traduzem a triste realidade vivida pela população local, situação que se repete, mesmo que em menor grau, em diversas localidades brasileiras.

Entrincheirados em posições estratégicas e, na maioria das vezes, dispondo de modernos sistemas de informação, os traficantes demonstram audácia e a firme disposição de resistir à polícia, colocando em dúvida a real capacidade do Estado no restabelecimento da normalidade. Ao promover pânico e terror junto à população, as quadrilhas revelam uma pretensão nunca vista para manter seus domínios nas áreas utilizadas para comércio de drogas. Transformadas em verdadeiros guetos, as comunidades foram dominadas pelos comandos criminosos e passaram a ser geridas por leis próprias, com total desprezo às regras que normatizam a vida em sociedade.

O País não pode aceitar passivamente a continuidade dessa barbárie e, por isso, deve promover ações ainda mais enérgicas para por fim ao domínio do crime.

Fortalecidos pela negligência das administrações públicas, omissas no atendimento das demandas sociais básicas, as quadrilhas, em muitos casos, conquistaram a simpatia e proteção da população local e hoje também estão inseridas em esferas do poder constituído pela prática recorrente de atos de corrupção. Como se tudo isso só não bastasse, nossos presídios foram transformados em autênticas escolas de formação e aperfeiçoamento da bandidagem.

Tamanho grau de organização e nível de ingerência na vida das comunidades impõe muito mais do que periódicas incursões policiais isoladas, método que se mostrou como mero paliativo diante da dimensão que o problema já alcançou e, o que é pior, tem vitimado cada vez mais inocentes. Nesse sentido, torna-se imperiosa a adoção de medidas vigorosas para o restabelecimento da ordem e a introdução de medidas sociais cabíveis para reconquistar a credibilidade junto às populações residentes. A mobilização e união de esforços nas esferas municipais, estaduais e Federal são imprescindíveis para o sucesso na guerra contra o crime organizado, iniciativas que, sem dúvida, contarão com o apoio irrestrito de uma sociedade civil cada vez mais refém da criminalidade.

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