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08 DE AGOSTO DE 2022

A responsabilidade de cada um

Por: Humberto Challoub

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Com o encerramento, no próximo dia 15, do prazo de registro das candidaturas, tem início o período oficial para realização das campanhas eleitorais, quando será possível conhecer melhor as propostas e intenções dos pleiteantes aos diversos cargos públicos que estarão em disputa.

É de se esperar que desta feita, ao contrário do que temos assistido nas últimas eleições, sejam priorizadas as apresentações e discussões envolvendo os grandes temas de interesse nacional.

Invariavelmente a publicidade eleitoral, especialmente a veiculada na televisão pelas candidaturas majoritárias, tem utilizado apenas estratégias de formar estereótipos dos candidatos, sejam por ataques a oponentes ou com a divulgação de promessas que, em princípio, já fazem parte do cotidiano de trabalho qualquer administração pública.

Temas que mereceriam maior atenção por representar alicerces importantes para preparar as bases do País na busca pelo desenvolvimento sustentável, que incluem as políticas ambientais, industriais, agrícolas, educacionais, tributárias, energéticas, de infraestrutura e, sobretudo, de valorização humana, sempre cederam espaços preciosos para os discursos ufanistas, ao denuncismo e às práticas populistas inebriadas pelo desejo de manutenção do poder a qualquer preço.

Não há como negar a evolução do processo democrático brasileiro, com a melhoria das tecnologias utilizadas, o aperfeiçoamento das regras eleitorais e a maior transparência oferecida para a fiscalização das candidaturas.

Porém, o mesmo não se pode dizer dos métodos e práticas políticas utilizadas, que em boa parte se revelam dissimuladas, oportunistas e, por vezes, apelativas pelo desprezo aos valores éticos e morais.
Ao que tudo indica, o processo em curso mais uma vez evidencia a necessidade premente de realização de uma ampla reforma política, a partir da revisão dos conceitos que conceberam o sistema vigente, especialmente os que atribuíram a necessidade de supervalorização dos partidos e os que embasaram critérios de proporcionalidade e representatividade.

É hora de reconhecer os equívocos do regime atual, que resultaram no desprezo à ideologia e à fidelidade partidária, favorecendo o surgimento de candidatos totalmente desvinculados dos ideários programáticos e doutrinas dos partidos por meio dos quais pretendem ser eleitos.

Diante deste cenário de mazela política proliferam apenas os interesses particulares e dos segmentos que buscam dividendos às custas dos recursos públicos, com o estabelecimento de lobbies e práticas corruptas. Mais do que nunca se faz necessário escolher candidatos comprometidos com a reforma política.

A participação nos regimes democráticos exige do cidadão o exercício do voto responsável, caso se almeje realmente o progresso e as melhorias sociais que ele pode produzir.

Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação

 

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