A vingança da Amélia | Boqnews

Opiniões

11 DE NOVEMBRO DE 2011

A vingança da Amélia

Por: admin

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É lugar comum ouvir dizer que homens não levam a sério qualquer relação e quando estão insatisfeitos em casa, não têm nenhum prurido em abrir janelas para a rua sem critérios nem respeito. Isso pode ser uma verdade histórica, mas nesse momento das relações conjugais podemos mudar o discurso, pois nos consultórios de psicoterapia já se percebe uma mudança nesse padrão. Isso porque os homens já traem com culpa e as mulheres, atualmente, traem como nunca.


A independência feminina promoveu mudanças em diversos aspectos da sociedade, sobretudo em relação ao mercado de trabalho e a organização familiar. O que poucos sabem é que o fenômeno atingiu também um improvável terreno: o da infidelidade conjugal, feminina e masculina. Tal o fenômeno já é chamado de “a vingança da Amélia”.


Apesar de ainda manterem casos extraconjugais, os homens estão mais ressabiados e desconfiados. Hoje, a possibilidade de serem abandonados e da vingança ocorrer é bem maior. Eles ainda traem, mas a consciência pesa mais. Desde que os casamentos se tornaram uma relação de cumplicidade, mais simétrica, o homem, ao trair, sente destruir um vínculo de lealdade com o outro. O contrato tem mais repercussão emocional, além de que a possibilidade de ser abandonado existe, coisa improvável há anos atrás.


Mas esse fenômeno quase histórico tem algumas mudanças. A figura da velha amante teúda e manteúda foi trocada pelo sexo casual, sem vínculos entre os parceiros. As mulheres que traíam morriam de culpa, com a agravante de depender economicamente dos maridos. A infidelidade podia significar morar no olho da rua. Ainda hoje, admitir a traição é um tremendo tabu para as mulheres. O que mudou é que agora elas pensam: se eles fazem por que não posso?


Essa coragem, mais que um poder cultural, é um poder aquisitivo. Percebe-se que elas estão assumindo mais suas paixões, como também estão dispostas a separar amor de sexo. De uma maneira geral, a grande queixa dos homens quando pegos em falta é de que a desmotivação sexual das mulheres é fator preponderante, e das mulheres, pasmem, é a falta de romantismo deles, o que as leva a enxergar príncipes fora de casa.


Podemos deduzir que ainda se mantém instalada a velha dualidade, das diferenças entre homens e mulheres na sua expectativa da vida a dois.  A aventura e mistério que estimula o sexo e a cumplicidade para construir uma história de tranqüilidade e segurança para o  desenvolvimento da família. Difícil? Sem dúvida, mas o trabalho exigido nessa possibilidade é mínimo se   formos avaliar pelo resultado dessa empreitada que é construirmos uma família mais equilibrada com membros felizes e realizados.

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