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Opiniões

01 DE OUTUBRO DE 2016

Acertos e cobranças

Por: Fernando De Maria

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Os eleitores santistas irão às urnas neste domingo (2) sabendo do resultado que sairá delas, a partir das pesquisas eleitorais divulgadas pela imprensa, inclusive pelo Boqnews, veículo com tradição na área há duas décadas. É o mesmo que o torcedor ir ao estádio sabendo do resultado do jogo. Perde a graça.
A vitória do prefeito Paulo Alexandre Barbosa já neste domingo, como atestam os levantamentos, pode ser analisada sob vários ângulos. Primeiro, seu governo, que até então era avaliado como regular, ganhou impulso em razão do tempo de exposição ao longo do horário eleitoral, ampliando seu conceito favorável. Em nota, a avaliação do seu governo cresceu de 5,7 para 7,0 entre os períodos anteriores e após o início do horário eleitoral. Se fosse em uma escola, o prefeito passaria de ano, mas sem grande destaque.

Foram 52 minutos diários de um total de 1h30 de propaganda eleitoral entre os candidatos, sendo 31 minutos apenas da sua campanha e o restante para os vereadores de partidos que o apoiam. É como se entrasse no ar diariamente o capítulo de uma novela, mas ao longo da programação.

Isso foi possível graças à ampla teia de apoio de partidos, garantindo-lhe esta exposição massiva. Pode-se questionar como isso foi feito, mas nem um vídeo postado na internet mostrando o suposto envolvimento do ex-ouvidor municipal, homem de sua confiança, negociando cargos foi o suficiente para alterar o cenário. Idem aos pagamentos via chequinhos, denunciado pela Imprensa e hoje na mira do Ministério Público.

Outro fator é a ausência de uma oposição consistente. Afinal, hoje apenas um vereador, Evaldo Stanislau (Rede), faz este papel. Os demais embarcaram no VLT do prefeito, veículo, aliás, de responsabilidade do governo paulista e não do Município, como o mandatário costuma citar. Mas a oposição nem soube explorar este fato.

Além do tempo reduzido na campanha e as verbas limitadas, os candidatos de oposição são neófitos em disputas eleitorais, com exceção do vereador Marcelo Del Bosco (PPS), em terceiro mandato.

A falta de nomes com experiência em disputas também foi determinante para a provável votação recorde que o prefeito terá, se mantida a média histórica dos votos válidos (em torno de 250 mil). Com mais de 80% dos sufrágios válidos, são reais, portanto, as chances dele suplantar os 200 mil votos. Méritos pessoais, mas também, para muitos, resultado da falta de opção e experiência dos demais concorrentes.
O feito poderá ser histórico e superar até a votação de João Paulo Papa (PSDB), que obteve 190.705 sufrágios em 2008, com 77,22% dos votos válidos. Na ocasião, porém, entre os candidatos de oposição estiveram duas ex-deputadas: Maria Lúcia Prandi (PT) e Mariângela Duarte (PSB). E o PT estava no comando do País com Lula como presidente.

Com a votação expressiva, Barbosa deve ter em mente que a cobrança crescerá por parte da população. Assim, caberá a ele fazer as mudanças necessárias em sua futura equipe para enfrentar os desafios neste novo mandato, pois as exigências serão maiores.

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