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16 DE ABRIL DE 2022

Agir contra a inflação

Por: Humberto Challoub

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A tendência de manutenção de alta dos índices inflacionários, que no último mês alcançou 1,62%, acumulando 11,30% conforme apurado pelo IPCA, deve servir de alerta para as autoridades econômicas brasileiras para evitar o retorno do tenebroso período em que o País convivia com a hiperinflação, época em que os índices chegaram a atingir 80% ao mês e até superaram os 1.000% anuais no início da década de 90.

É certo que o momento ainda não sinaliza para esses índices estratosféricos pois se sabe que as variações de preços atuais ocorreram muito mais por reflexo de oscilações externas, especialmente motivados pela disparada no preços do petróleo e pelos efeitos da guerra travada entre a Rússia e a Ucrânia.

Apesar da reconhecida conquista do controle inflacionário nos últimos anos, as constantes altas de preços não são favoráveis às populações de menor poder aquisitivo, a considerar que os salários, assim como o poder de compra das famílias foram reduzidos e, dificilmente as reposições dessas perdas ocorrerão no tempo e valores adequados para evitar o empobrecimento da população.

É justo reconhecer que a política de teto de gastos imposta às administrações públicas ajudou na manutenção do equilíbrio fiscal, fator que permitiu inibir o ressurgimento da inflação motivada pela emissão de moeda são o devido lastro.

Contudo, como se vê, ainda há muito o que fazer para permitir que os benefícios preconizados pela estabilidade econômica alcance as camadas menos favorecidas da população, especialmente quando é sabido que sobre os mais pobres incidem proporcionalmente as maiores taxas de impostos.

Nesse contexto, a propalada reforma tributária, se colocada efetivamente em curso, pode se tornar um importante instrumento de justiça social e de distribuição de renda, a partir da desoneração das famílias de menor poder aquisitivo e pelo subsídio às cadeias produtivas responsáveis pelo comércio de alimentos e mercadorias de primeira necessidade.

Já é mais do que hora de aliviar o peso dos impostos e encargos que recai principalmente sobre os trabalhadores e às micro e pequenas empresas, que acabam penalizados por um sistema tributário arcaico que, mais do que nunca, necessita ampliar a base de arrecadação para cobrar de muitos o que hoje é pago por poucos.

Evitar a todo custo a volta da espiral inflacionária representa muito mais do que uma simples ação econômica, mas sim uma medida de caráter social diante dos efeitos extremamente cruéis causados às famílias que não dispõem de recursos adicionais para compensar a depreciação da capacidade de compra de quesitos básicos à subsistência.

Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação

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