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Foto: Agência Brasil

Opiniões

10 DE JUNHO DE 2021

Agir para evitar o apagão

Por: Humberto Challoub

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A ameaça de ocorrência de mais um blecaute energético no País, diante do prolongamento do período de estiagem que resultou na redução dos níveis dos reservatórios das hidroelétricas nacionais, mais uma vez gera dúvidas sobre a real capacidade brasileira de suprir com confiabilidade as atuais e futuras demandas por energia elétrica. Trata-se um problema há muito conhecido, que traz à tona a ausência de políticas consistentes para um setor essencial visando a retomada do desenvolvimento social e econômico do País, ainda submisso aos riscos oferecidos pelas sazonalidades climáticas.

É certo que, qualquer que sejam os motivos que levam ao encarecimento das contas de luz de consumidores residenciais e das empresas – e a mais uma possibilidade de interrupção no fornecimento de energia às principais regiões consumidoras do País -, a realidade imposta suscita preocupações acerca da competência do Brasil em fornecer a infraestrutura básica adequada para assegurar a expansão da economia nos níveis necessários e desejados por todos. Com isso, somam-se aos prejuízos materiais a desconfiança sobre a possibilidade de atender a contento as necessidades atuais e futuras.

Ao recolocar os sistemas de produção e distribuição de energia de volta ao centro do debate nacional, o risco de um novo blecaute também acabou por estimular uma discussão premente e extremamente oportuna: a priorização e o direcionamento dos investimentos públicos na adoção de tecnologias alternativas, e não poluentes, para compor e substituir paulatinamente o modelo de geração baseado na queima de combustíveis fósseis pelas usinas termoelétricas e oriundas da intervenção em grandes bacias hidrográficas, que invariavelmente têm resultado em danos ambientais irreparáveis.

É de se esperar, portanto, que mais do que identificar culpados, o atual momento de estiagem energética possa servir para estimular uma profunda reflexão sobre a validade dos planos estabelecidos para o setor, a partir de uma criteriosa avaliação dos custos a serem bancados pelo contribuinte brasileiro e os benefícios a serem gerados à Nação. Os danos materiais e os incovenientes gerados pela redução da oferta no fornecimento de energia não podem servir apenas para alimentar acalorados debates políticos eleitorais, mas sim para dar a dimensão da responsabilidade com que esse assunto merece ser tratado.

Igualmente relevante é entender a necessidade de estimular investimentos nos projetos que contemplem a expasão de unidades de produção de energia limpa já disponíveis, de forma a mitigar impactos ambientais e tornar o sistema eficiente e sustentável.

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