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Opiniões

31 DE MARÇO DE 2021

Agir para melhorar o SUS

Por: Humberto Challoub

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Prioritário e urgente, o combate ao avanço da pandemia de coronavírus no Brasil evidenciou, mais uma vez, a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) e também suas deficiências para cumprir a contento os preceitos que originaram sua criação: oferecer atendimento universal a todo cidadão brasileiro. O agravamento da doença motivada pelo contágio do Covid-19 revelou as fragilidades do sistema e as diferenças marcantes de seu funcionamento diante das diversidades de cada região do País.

É bom que se diga também que, apesar dos benefícios que ele trouxe à população – sobretudo a mais pobre – o atendimento prestado pelo SUS há muito consta na lista das principais queixas da população em relação aos serviços oferecidos, especialmente onde se concentram as maiores demandas. Desde de sua criação, em 1988, o setor de saúde não conseguiu reverter o conceito negativo a ele atribuído, especialmente pela completa negligência e incompetência das autoridades públicas, que até hoje não souberam – ou não quiseram – adotar políticas prioritárias e realistas de atendimento aos pacientes.

A depreciação das instalações hospitalares, a ausência de médicos em quantidade suficiente para suprir as necessidades e a inexistência de projetos preventivos voltados a reduzir o excessivo número de atendimentos emergenciais desnecessários se tornaram comuns, banalizando os óbitos que poderiam ser evitados com o mínimo de organização, responsabilidade e eficiência no trato dessa questão. E hoje, diante da pandemia instalada, a realidade se revela ainda mais dramática.

É de se esperar – e desejar – que o novo ministro da Saúde ora empossado, o médico Marcelo Queiroga, encontre caminhos possíveis para solucionar os problemas gerados pela escassez de recursos materiais e humanos que hoje se impõem como grandes obstáculos para evitar o crescente número de óbitos motivados pela pandemia. O caos estabelecido na rede médica e hospitais exige, nesse momento, a adoção de medidas criativas e vigorosas, sem as quais continuaremos a assistir passivamente a morte de brasileiros pelo descaso e desprezo à dignidade humana.

Mesmo reconhecendo sua relevância no atual quadro de emergência vivido no setor de saúde, é preciso, mais do que nunca questionar o atual modelo praticado dentro do SUS, ainda insuficiente para garantir à população o pleno direito, estabelecido como preceito constitucional, de ser atendido com presteza e qualidade, para assim alcançar a proficiência no atendimento aos pacientes que têm o sistema público como única opção.

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