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13 DE NOVEMBRO DE 2019

Agonia ambiental

Por: Da Redação

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Mais de 125 toneladas do óleo que vazaram misteriosamente na costa do Nordeste brasileiro foram removidas até agora das praias de Salvador, além de terem afetadas outras regiões litorâneas de Pernambuco, Alagoas e Sergipe, e com grande possibilidade de atingir outros estados.

Este prejuízo é incalculável. Dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) dão conta de que 314 localidades de 110 municípios dos nove estados, entre praias, rios e ilhas, foram atingidos numa conta que ainda não está fechada.

Os danos que o óleo causa já estão sendo sentidos de várias maneiras. Do prejuízo para pescadores, marisqueiras, vendedores ambulantes e toda a cadeia econômica que depende do mar, aos malefícios e doenças que o contato que voluntários, banhistas e mais pessoas tiveram com o petróleo.

Catástrofes

As catástrofes ecológicas decorrentes de vazamento de petróleo têm uma lista bem extensa no mundo, como o caso do Alasca, que continua, 30 anos depois, a expor problemas resultantes dos resíduos do óleo derramado pelo petroleiro Exxon Valdez, que liberou 42 milhões de litros de óleo no mar, contaminando uma extensão de 1.900 quilômetros.

Outro caso conhecido aconteceu no Golfo do México, em 2010, que provocou um vazamento de gás, ocasionando uma explosão numa plataforma de exploração, matando 11 pessoas e originando um vazamento que liberou 206 milhões de galões de petróleo numa área de mil quilômetros de costa, destruindo vida marinha e prejudicando as populações locais.

Segundo um estudo da revista Nature Geoscience, três décadas depois ainda restam 95 mil litros de óleo na região, a maior parte debaixo da terra.

A baixa permeabilidade do solo e a falta de oxigenação do mar na região seriam as responsáveis por esse fenômeno, já que a expectativa era que o óleo se degradasse em alguns anos.

Indiferença

No Brasil, num passado não tão distante, um derramamento de petróleo de grandes proporções ocorreu em 2000, no Rio de Janeiro, quando foi lançado 1,3 milhão de litros de óleo cru nas águas da Baía de Guanabara, em virtude do rompimento de um duto da Petrobras.

O episódio foi um dos maiores acidentes ambientais ocorridos no País.

A Petrobras pagou uma multa de R$ 35 milhões e destinou outros R$ 15 milhões para a revitalização da baía. A empresa não pagou indenizações aos pescadores locais, o óleo da superfície foi limpo, mas muita coisa foi para o fundo. Nenhuma autoridade tem uma resposta na ponta da língua sobre os danos ambientais futuros.

A falta de acesso à informação por parte das autoridades tem sido falha no caso do óleo vazado no nordeste brasileiro. Junte-se a isso a ausência de ações integradas e preventivas por parte do Poder Público para diminuir danos ambientais dessa magnitude, o que demonstra que o país não aprendeu com o que já ocorreu no passado.

A natureza, infelizmente, agoniza e nós também!

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