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| Dylan e Jamie numa discussão filosófica sobre relações amorosas |
Namoro ou amizade? O quê realmente as pessoas querem definir
com o termo amizade colorida? Bom, é certo que não podemos generalizar e
dizer que este tipo de relacionamento contemporâneo não dá certo. Por outro
lado, não é totalmente descartável o fato de que saber dividir os sentimentos
na hora certa é algo que não combina muito quando se trata dos sentimentos
humanos.
É neste cenário que o filme Amizade Colorida, do diretor
Will Gluck, mostra as nuances amorosas entre dois recentes amigos, Dylan e Jamie,
que buscam se aventurar por meio da confiança que se busca em amigos e do
prazer carnal compartilhados com parceiros sexuais. Sem namoro. Sem emoções.
Só sexo. Uma promessa de não envolvimento que – raras vezes – pode ser
cumprida com êxito.
Em uma matéria publicada na internet sobre o assunto, uma
sexóloga e psicoterapeuta afirma que o amigo
é um cúmplice, a pessoa com quem você desabafa, e no meio dessas conversas
calorosas ou nos momentos de carência pode acontecer uma ficada. Isso pode se
repetir quando um dos dois se sente sozinho e não impede outros
relacionamentos.
Neste contexto, os personagens centrais são dois jovens que
buscam interagir suas carreiras e vidas promissoras às tentações de uma relação
amorosa saudável e feliz, quase uma utopia para quem vive principalmente numa
grande metrópole como Nova York. Em uma
das cenas ainda no primeiro ato, os dois estão sentados no bar e conversam
sobre relacionamento. Num determinado momento, a câmera registra o olhar que a
personagem de Mila Kunis lança para o rapaz, entregando boa parte do que podia
se esperar daquele ponto em diante.
Mas não só de prazer vivem os jovens, alguns problemas que envolve o pai de Dylan é algo que mexe com o rapaz. Entre um contato e outro, o fortalecimento da amizade com Jamie faz com que os dois se aproximem cada vez mais do que eles sempre tentavam se afastar: o amor compromissado. Os dois se deixam levar, quase que de forma ingênua, por um embalo emocional que faz o espectador até torcer para que tudo acabe, pelo menos, bem.
Para fugir de clichês baratos que permeiam o cinema há um
tempo, o roteiro buscou se apoiar numa valorização natural de comportamento
entre o casal. Para isso, sustentou toda a trama em questões relacionadas às
características culturais bem atuais, como internet, vídeo-game, jovem
empresário bem-sucedido, independência financeira e flash mobs (aglomerações instantâneas de pessoas que se juntam para
dançar). O assunto, que talvez não seja tão batido assim, ganhou novos
contornos com as boas atuações, não ficando na sombra das chamadas
comédias-românticas.
O trabalho, sutil e inteligente, feito para nivelar o grau de
comédia que o filme deve conter, coloca em cada cena a porção certa de diálogos
que montam o perfil de sentimentos que compõe cada personagem. Tommy, por
exemplo, é essencial para inserir um diferente tipo de humor, mas também
funciona como uma consciência externa sobre os perigos do amor. Woody Harrelson
está excelente no papel de homossexual.
Fugir das amarguras da vida a dois pode ser a principal
resposta para quem busca viver, amar e não se apegar. De acordo as experiências
alheias ou pessoais, cada pessoa tira suas próprias conclusões quanto a
isto. Neste filme americano, conferimos
um jogo de sedução que pode acontecer com qualquer um e em qualquer estágio da
vida, não importa a idade. É uma bela oportunidade de se divertir, pelo menos,
por enquanto, assistindo a uma produção eficiente e bastante divertida.
Ficha Técnica
Amizade Colorida (Friends With Benefits, 2011)
Direção: Will Gluck
Roteiro: Keith Merryman, David A. Newman e Will Gluck
Elenco: Justin Timberlake; Mila Kunis; Patricia
Clarckson; Jenna Elfman; Bryan Greenberg; Richard Jenkins; Woody Harrelson;
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