Antecipando o futuro | Boqnews
Foto: Divulgação reforma da Previdência

Opiniões

21 DE DEZEMBRO DE 2017

Antecipando o futuro

Por: Fernando De Maria

array(1) {
  ["tipo"]=>
  int(27)
}

A Reforma da Previdência afetará, a longo prazo, a economia das cidades onde haverá maior concentração de idosos. Alternativas precisam ser pensadas hoje

A reforma da Previdência Social é a pauta do momento. Entre idas e vindas e atritos na comunicação do governo, sua votação foi adiada. Questão de tempo.

Vale a pena analisar o universo regional neste contexto, especialmente em relação aos beneficiários do INSS, alvo central da reforma pretendida pelo governo.

Com base em dados do Ministério da Previdência Social (2016), as nove cidades da região contam com 324.333 aposentados, praticamente o total da população de São Vicente, por exemplo.

Na soma, 18,4% da população regional é aposentada, pensionista ou recebe algum benefício do órgão federal, levando em consideração apenas aqueles que contribuíram ao INSS.

Não estão computados, portanto, os funcionários públicos que têm suas próprias fontes de seguridade social, nem os complementos que muitos recebem dos planos das empresas, como a antiga Cosipa (Femco), Codesp (Portus) , entre outros.

Portanto, os números na prática são maiores, mas já é possível destacar o impacto que as aposentadorias e pensões movimentam na economia regional.

Para se ter ideia, o volume de benefícios pagos (aposentadorias, pensões, auxílios) chegaram a R$ 6,386 bilhões contra R$ 1,662 bilhões de arrecadação para o INSS.

Ou seja, o órgão arrecadou em 2016 apenas 26% do que pagou para os beneficiários na Baixada Santista.

Por exemplo, a segunda maior média de aposentadoria paga pelo INSS no Estado de São Paulo é para os beneficiários de Santos.

A média local é de R$ 1.733,80, perdendo apenas para a pequena Alumínio, no interior paulista, com R$ 1.766,40.

Já o aposentado de Itanhaém, no litoral sul, é o que menos recebe na comparação dos nove municípios.

Chega a R$ 1.230,96 mensais- uma sensível diferença de 41% em relação aos seus colegas santistas.

Sensível diferença.

A média regional chega a R$ 1.403,86, menor que a do aposentado da Capital (R$ 1.506,22), São Bernardo do Campo (R$ 1.650,58), e Campinas (R$ 1.535,07).

Outra curiosidade: 27,2% da população santista é aposentada, mas 20,86% tem acima de 60 anos.

Na prática, são 27 mil santistas que se aposentaram ou são pensionistas antes de chegar à terceira idade.

Outro município onde a presença de aposentados abaixo dos 60 anos é elevada – objeto central da reforma da Previdência – é Cubatão.

A cidade tem um aposentado/pensionista para cada cubatense, sendo que os idosos representam 10% da população.

Portanto, a médio prazo o impacto da futura reforma previdenciária afetará a economia regional em razão desta dependência.

Com queda nos valores pagos e alongamento das concessões, as cidades mais dependentes destes benefícios sofrerão impactos.

Novos caminhos

Por isso, há a necessidade de se buscar hoje novos caminhos para receitas futuras, especialmente para apoiar o jovem e criar condições dele empreender e gerar negócios e renda.

Voltarei ao assunto em outro artigo.

A todos meus fieis leitores, um Feliz Natal antecipado.

Notícias relacionadas

ENFOQUE JORNAL E EDITORA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

desenvolvido por:
Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.