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25 DE NOVEMBRO DE 2022

Aperfeiçoar pleitos futuros

Por: Humberto Challoub

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A representação encaminhada pelo presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa Neto, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedindo que votos de possíveis urnas eletrônicas consideradas “inconsistentes” fossem desconsiderados afim de reverter os resultados do último pleito, é o epílogo melancólico da novela que se transformou o processo eleitoral brasileiro.

Mesmo que acompanhado por laudo técnico de auditoria feito pelo Instituto Voto Legal (contratado pelo PL), o pedido de revisão dos resultados que conclamaram Lula como o próximo presidente dificilmente será acatado pelas estâncias superiores da Justiça, especialmente por não apresentar a contundência necessária para justificar uma decisão de consequências políticas e institucionais imprevisíveis.

Mesmo que reconhecendo o direito de questionamento facultando pela legislação, as contradições contidas na propositura e as muitas possibilidades de verificação do sistema oferecidos no período que antecedeu as eleições não dão sustentação a uma virada de mesa.

No momento servem, tão somente, para insuflar manifestações que, apesar de legítimas, não conseguiram ainda sensibilizar a maior parte da população.

Torna-se assim cada vez mais evidente a necessidade urgente de aperfeiçoamento do sistema eleitoral ora existente, com a implementação da possibilidade de escrutínio das urnas por meio da impressão do voto.

Com isso, se estará permitindo que a auditagem seja feita pelo próprio eleitor e, quando necessário, a possibilidade de checagem futura para dirimir de forma definitiva e indubitável qualquer que seja a dúvida lançada sobre os resultados. Assim, afasta-se de vez a propagação de teorias conspiratórias e amplia-se a legitimidade dos candidatos eleitos.

Da mesma forma que não se aceita o questionamento do processo diante da fragilidade dos argumentos apresentados a posteriori, não podemos também aceitar a insistência em não adotar novas metodologias que tornem as eleições futuras cada vem mais transparentes e suscetíveis a verificações que atestem ainda mais sua confiabilidade.

Mais do que nunca o País necessita de um ambiente de paz e harmonia institucional para vencer os muitos desafios e os graves problemas que afetam a população, por meio de decisões justas e isonômicas condizentes com a democracia que todos desejamos preservar.

Garantir que pleitos futuros ocorram de forma serena e civilizada é obrigação de todos, com o entendimento de que o processo eleitoral não abriga oportunistas, golpistas ou donos da verdade, mas apenas ideários divergentes e diferentes formas políticas de se atingir os mesmos objetivos.

Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação

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