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20 DE DEZEMBRO DE 2011

Apesar de tudo

Por: admin

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Época de crianças alegres e excitadas cercadas por adultos melancólicos. Emoções bastante complexas, que evocam infância perdida, sonhos não realizados, dificuldades não ultrapassadas. Numa época em que o terror é banal, em que não nos indignamos mais, que com as emoções meio anestesiadas não nos deixamos surpreender.


Além do fato importante que nos propicia reflexões, orações e desejos os mais puros e felizes, do sentido religioso no Natal importantíssimo de ser lembrado e preservado, perceber que o Natal também é época que propicia renovação, renascimento de valores e comportamentos, reencontros, reparando o reboco da alma, fazendo com que o Feliz Natal faça sentido.


A reunião familiar, importante, pois a árvore para se manter ereta e frondosa tem que ter suas raízes alimentadas, irrigadas, mas que também nos defronta com a família ideal e a real é um teste e tanto para a nossa capacidade de ver a vida sob um prisma de encontro e afeto.


Logo após a overdose de emoções que essa época evoca — na sua maioria inconsciente, pois os preparativos, compras, presentes encobrem um pouco dessa revisão da infância perdida de cada um de nós — lá vem o novo ano, que nos leva, quer queiramos ou não a fazer um balanço que nem sempre nos favorece , enche de alegria e conforto, pois a vida real é assim sem perfeição.


Para saber fazer do imperfeito o que nos enriquece, precisamos de uma ferramenta muito pouco utilizada — a ESPERANÇA – aquela que os tempos bicudos retiraram da vida da gente, ficando equivocadamente ligada apenas à fantasia e religião. Mas a esperança é concreta, ela tem cheiro, cor, e resultados, basta que nós a coloquemos em prática, e esse é momento em que a relação com o mundo e com o futuro é posta em questão por convicção, praxe ou por convenção social.


Não interessa o que nos leva a pensar, refletir sobre isso, o importante é não perder a oportunidade. Ao invés de curtirmos a vida em todas as suas nuances, por medos, raivas, dores as mais diversas, muitas vezes estranhas a nós acabamos nos afastando do espetáculo da nossa vida, alienando-se da própria história em evocações nem sempre construtivas e se me permitem dizer todos nós, por mais preparados e lúcidos que sejamos, somos pegos nessa armadilha.


Mas se treinarmos um olhar para dentro de nós mesmos, aprendermos a ficar menos encantada com aquisições materiais e externas e nos habituarmos com a alegria e o gozo perdendo o medo de, vivenciar, de acertar ou errar com certeza teremos a possibilidade de fazer esse caminho de volta. Incorporar as dores e as imperfeições, não como perda, mas como mais um passo no processo maravilhoso da vida que é o de aprender a viver e não deixar de catar as frutas doces e saborosas que estão caindo pelo caminho, sem se importar com as frutas que não amadureceram que apodreceram ou as que o passarinho bicou.


Quando nos acostumamos com as coisas boas, muitas ou poucas, e nos vemos merecedores delas, podemos usufruí-las mais e vamos querer e nos empenhar sempre mais, apesar de todo o resto. Portanto vamos DESEJAR… Esse é o primeiro passo para realizar.


Feliz Natal e um ótimo Ano Novo!

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