Você se condói com as mortes causadas pelos deslizamentos, pelas enxurradas, pela destruição causada por eventos extremos.
Talvez não pense muito no causador dessas desgraças: o próprio homem. Ganancioso, inconsequente, extermina a natureza e, com isso, apressa o ciclo final da experiência humana sobre a Terra.
Apiedar-se dos atingidos pelas catástrofes é pouco. O essencial é adotar atitudes que contrariem a tendência insana propagada pelos egoístas mentecaptos.
Reexamine sua conduta em relação ao uso consciente de água, o descarte correto do lixo, a reciclagem, a preservação das florestas, o replantio dos muitos milhões de árvores decepadas, o consumo de uma agricultura amiga do ambiente, a influência que pode exercer junto às crianças, aos jovens e aos empedernidos e teimosos inimigos da ecologia.
Algo que todos podemos fazer: tomar banhos mais rápidos; impedir o uso da “vassoura hidráulica”, hábito muito comum – principalmente entre serviçais de condomínios, que em vez de se utilizarem da boa e velha vassoura, fazem com que a mangueira e água a jorrar sejam responsáveis pela remoção de dejetos.
Imbuir-se da mentalidade da logística reversa: acompanhar o destino final das embalagens, algo tão introjetado em nossa vida, que sequer pensamos na espantosa produção de resíduos sólidos de que somos insensíveis autores.
Adotar uma árvore, por exemplo, está ao alcance de qualquer pessoa. Se ela não existir, plante-a. Reponha aquelas que desapareceram em sua rua, em seu bairro, em sua cidade.
Exija da Câmara Municipal a elaboração de leis que revertam o trágico destino já anunciado: o caos por falta de água, de verde, de oxigênio.
Enfim, a etapa final da aventura do bicho-homem sobre este planeta acolhedor, do qual não soubemos cuidar.
Interesse-se pela agenda ESG, que cuida simultaneamente do ambiente, da redução das desigualdades sociais e de uma governança inteligente, assim como pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que integram a chamada Agenda 2030.
Quem não é parte da solução, é parte do problema. Não há terceira opção. Escolha o seu lado.
José Renato Nalini é diretor geral da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-geral da Academia Paulista de Letras.