Atenções dirigidas às eleições | Boqnews
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Opiniões

03 DE MARÇO DE 2020

Atenções dirigidas às eleições

Por: Humberto Challoub

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Passado o período de Carnaval, as atenções agora começam a se voltar para o processo eleitoral que escolherá prefeitos e vereadores em outubro próximo, a partir das novas regras de financiamento público das campanhas e restrições às coligações para a escolha dos representantes legislativos. Com menos recursos para o uso dos mecanismos de publicidade e maior foco sobre as questões contábeis, as normas vigentes vão impor um maior grau de dificuldade às candidaturas, especialmente as que irão debutar no próximo pleito.

Sem muitos interessados em figurar na lista de doadores adicionais a ser apresentada quando da prestação de contas à Justiça Eleitoral – que em muitos casos acaba por insinuar relações comprometedoras e oferecer aos contribuidores uma associação pública de imagem indesejada -, os recursos a serem destinados às campanhas agora aparecem em montantes infinitamente menores e, por isso, acabam sendo preferencialmente canalizados pelas cúpulas partidárias aos postulantes que buscam a renovação de seus mandatos, notadamente aos que conseguiram utilizar o tempo no cargo para estabelecer relações de interesses, consolidar a participação no meio político e ampliar suas bases eleitorais.

É certo que haverão de levar vantagem adicional os candidatos que, ao longo dos últimos anos, mantiveram a regularidade de exposição na mídia, participando com assiduidade das redes sociais e veículos próprios de comunicação, o que lhes permitiu assegurar uma audiência que agora poderá resultar em significativo adicional de votos. Igualmente relevante a tendência de favorecimento aos candidatos dispostos a representar interesses de segmentos empresariais e religiosos, pois, por certo, terão o aporte de votos de comunidades unidas em torno de propósitos comuns que vão muito além dos ideários partidários.

Se, por um lado, as dificuldades impostas às novas candidaturas tornam a disputa desequilibrada, por outro ela reduz a possibilidade de sucesso dos candidatos oportunistas, sem representatividade política ou qualquer vínculo ideológico com seu partido, que se valiam somente do poder econômico para ocupar assentos em prefeituras e câmaras municipais. O atual processo eleitoral consolida definitivamente a utilização das redes sociais como ferramenta de propaganda e espaço para o fomento do debate, especialmente porque favorece a interação do eleitor. Da mesma forma, ela amplia o risco da propagação de ideários falsos e de inverdades, induzindo a formação de conceitos desvirtuados e a falsos entendimentos, exigindo do eleitor atenção redobrada na hora de escolher seus representantes.

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