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02 DE FEVEREIRO DE 2021

Atitude cidadã

Por: Humberto Challoub

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O recrudescimento da pandemia de coronavírus, com o crescimento exponencial do número de óbitos na grande maioria das cidades brasileiras, reflete o pouco engajamento da população às medidas preventivas sugeridas para conter o avanço da doença. Apesar do início do processo de imunização, com a aplicação das primeiras doses disponíveis, está evidente a necessidade premente de se adotar mais uma vez medidas restritivas para evitar que a tragédia ocasionada pelo número cada vez maior de pessoas contaminadas ganhe contornos cada vez mais dramáticos, com o colapso nos sistemas de saúde, a exemplo do que ocorre em Manaus e Rio, entre outras cidades que não possuem capacidade para atendimento simultâneo de grandes contingentes de pacientes em estado grave e, por isso, têm necessidade de tratamento intensivo.

O caos estabelecido em diversas unidades médicas do País evidenciou, mais um vez, a necessidade de ampliação dos investimentos em um setor que há muito enfrenta inúmeras dificuldades e não consegue absorver a contento as grandes demandas por atendimento, uma vez que o impacto de custeio que recai sobre os municípios. A depreciação das instalações hospitalares, a ausência de médicos e demais profissionais de saúde em quantidade suficiente para suprir as necessidades e a inexistência de projetos preventivos voltados a reduzir os excessivos números de atendimentos emergenciais desnecessários se tornaram comuns, banalizando os óbitos que poderiam ser evitados com o mínimo de organização, responsabilidade e eficiência no trato dessa questão.

Havemos de reconhecer que o atual modelo praticado dentro do SUS representa para milhões de brasileiros a única opção de atendimento médico, porém ainda é inadequado para resolver os inúmeros problemas enfrentados pela população para ter garantido plenamente o direto, estabelecido como preceito constitucional, de ser atendido dignamente nas unidades públicas de saúde. O caos estabelecido na saúde impõe a adoção de medidas criativas e vigorosas, sem as quais continuaremos a assistir passivamente a morte de brasileiros pelo descaso e desprezo à dignidade humana.

Dessa forma, adotar os procedimentos recomendados para evitar o contágio ainda é a medida mais eficiente para evitar que pessoas continuem morrendo por falta de assistência adequada, até que todo o processo de imunização seja concluído no País. Mais do que ações de assepsia e isolamento social, cabe a cada um a responsabilidade e o compromisso de agir como cidadão que preza pelos valores inerentes à vida humana.

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