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16 DE ABRIL DE 2018

Bolso furado

Por: Da Redação

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Eleições de 2014. Os candidatos na ponta da disputa presidencial marcaram aquele pleito com a discussão da divisão entre ricos e pobres no Brasil.

De um lado, candidatos destacavam os avanços implementados na política macroeconômica da época e de governos anteriores.

Do outro, políticos alardeando a ampliação de programas sociais aos excluídos e a ascensão da classe média.

Passados quase quatro anos e perto de uma nova disputa eleitoral, o blá-blá-blá político pouco fez para mudar esse cenário e o Brasil vem confirmando uma tendência de enorme desigualdade na distribuição de renda e elevados níveis de pobreza.

Tornou-se um país cada vez mais desigual, exposto ao desafio histórico de enfrentar uma herança de injustiça social que exclui parte significativa de sua população do acesso a condições mínimas de dignidade e cidadania.

O fato é que a tão exortada classe média tradicional, exposta como troféu pelos políticos candidatos na última década, hoje grita por mudanças.

Essa classe viu seu poder aquisitivo diminuir e a inadimplência crescer ao longo dos anos e são muito críticos às políticas sociais de distribuição de renda do país.

Disparidade

Soma-se a isso, ao longo dos anos, variadas denúncias de corrupção envolvendo políticos e empresários, os gastos excessivos com a Copa do Mundo no Brasil, fraudes nas áreas públicas dos mais diversos tipos e a desaceleração da economia, o bolso do brasileiro virou um buraco sem fim.

Prova disso é que em 2017, os ricos do país ganharam 36,1 vezes mais do que metade dos mais pobres.

Este grupo 1% mais rico da população brasileira, em 2017, teve rendimento médio mensal foi de R$ 27.213.

O valor representa, em média, 36,1 vezes mais do que a metade dos mais pobres – cujo renda mensal foi de R$ 754. Em 2016, o grupo mais rico ganhava 36,3 vezes que a média do rendimento de metade dos mais pobres.

Os dados fazem parte da pesquisa rendimento de todas as fontes 2017, divulgada no último dia 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

 

Cobrança

Na região Sudeste, a concentração de renda foi ainda maior.

Nesta região este grupo chegou a ter concentração 33,7 vezes superior ao rendimento médio mensal real de 50% da população com os menores rendimentos – em 2016 era de 36,3 vezes.

Os dados da ONG também apontam que as seis pessoas mais ricas do Brasil concentram, juntas, a mesma riqueza que os 100 milhões mais pobres do país, ou seja, a metade da população brasileira (207,7 milhões).

Que nas próximas eleições a população cobre dos políticos que o esperado crescimento acompanhado do aprofundamento do processo de distribuição de renda e melhoria das condições gerais de vida do povo.

Do contrário, a conta ficará novamente na mão do mais pobre.

(*) Celso Évora – interino

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