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Opiniões

13 DE JULHO DE 2015

Buscar novos caminhos

Por: Humberto Challoub

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Apesar de ainda não refletida em toda a sua dimensão, a crise financeira protagonizada pela Grécia, motivada pelo calote nos credores da comunidade europeia, será um obstáculo a mais para a recuperação da já combalida economia brasileira. Mesmo que com menor intensidade, se comparada às consequências provocadas na Europa, a diminuição da atividade econômica resultante da instabilidade nos mercados internacionais representa, no atual momento, um banho de água fria nas pretensões brasileiras de recuperar o ritmo de desenvolvimento. Já se sabe que o crescimento verificado nos investimentos produtivos e a ampliação dos níveis de consumo interno ao longo dos últimos anos não foram suficientes para garantir a imunidade do Brasil em relação ao resto do mundo, visto que o mercado externo representa importante canal de escoamento dos produtos nacionais.

Neste sentido, torna-se imprescindível adotar medidas eficazes para amenizar os efeitos restritivos que, em médio e longo prazos, acabarão por comprometer a cadeia produtiva do País, que já sofre com a expressiva diminuição dos recursos disponíveis para atender linhas de crédito, com o aumento dos níveis de endividamento das populações e com a inevitável propagação de um surto de desconfiança em relação ao futuro. Como primeiro efeito, a consequente queda da demanda internacional por matérias-primas e insumos básicos, principais itens de comércio oferecidos pelos países emergentes, entre os quais inclui-se o Brasil.

Assim, mais do que nunca, cabe às autoridades governamentais promover ações visando resguardar condições mínimas para a sustentação da economia brasileira, por meio do uso dos recursos públicos ainda disponíveis em áreas essenciais que possam assegurar a manutenção da oferta de empregos. Ao mesmo tempo, as novas turbulências oriundas dos sistemas financeiros de países europeus servem como alerta para a necessidade do País estabelecer novas rotas de comércio para reduzir, de forma gradativa e contínua, a indesejável dependência com esses mercados.

Nesse contexto, o aprofundamento das relações entre as nações pertencentes ao Brics, do qual o Brasil é país membro, pode representar um novo caminho para ampliar a participação nacional no comércio exterior, ao mesmo tempo em que reduz o domínio do FMI e do Banco Mundial sobre o sistema financeiro global, criando espaço para outras moedas, além do dólar americano no comércio internacional. O mundo que se preconiza globalizado está aberto às oportunidades e impõe novos sistemas de integração comercial entre as nações, alicerçados na ideia de que, ao invés de distribuir prejuízos da especulação financeira, são as riquezas produzidas pelo trabalho que devem ser compartilhadas em benefício de todos.

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