Após um começo de temporada turbulento, com grande reformulação no elenco e a debandada de ídolos como o zagueiro Edu Dracena e o volante Arouca, o Santos utilizou-se de sua famosa categoria de base para alcançar seu 21° título paulista. Nos últimos dez anos, o Peixe participou de nove finais do estadual e venceu em seis oportunidades.
A manutenção de Robinho e Renato, aliada ao retorno de Elano e Ricardo Oliveira, fez com que o Peixe conseguisse mesclar uma nova geração de “Meninos da Vila” com jogadores consagrados da equipe de 2002, que venceu a competição nacional após 34 anos de jejum.
Para o Brasileiro, o Santos pretende reforçar sua equipe para ter peças de reposição e alternativas para o técnico Marcelo Fernandes. O torcida santista espera que o Peixe realize uma boa participação no nacional. Nos últimos anos, o time da Vila se manteve no meio da tabela e não almejou aspirações maiores como uma vaga na Taça Libertadores ou até mesmo o título do campeonato.
Problemas políticos e meio de tabela em 2014
O desempenho do Santos no último Campeonato Brasileiro foi abaixo das expectativas. Após agradar a torcida com um futebol ofensivo e de muitos gols no começo do ano, o Peixe perdeu o embate contra o Ituano na final do Paulista e não conseguiu repetir as boas partidas no decorrer de 2014.
A frustação de ter perdido o estadual destabilizou a equipe até então comandada pelo treinador Oswaldo de Oliveira. A equipe santista vencia seus jogos na Vila Belmiro, porém perdia pontos em partidas fora de casa. Este fator foi decisivo para que o Peixe não conseguisse brigar pelo título ou por uma vaga na Taça Libertadores da América.
Oswaldo de Oliveira foi demitido do Santos no começo de setembro. Sem perspectivas de grandes feitos no nacional, a diretoria preferiu trocar o comando técnico para “reanimar” os jogadores.
As frequentes queixas de Oswaldo para com a diretoria e a falta de oportunidades ao centroavante Leandro Damião, contratação mais cara de história do Santos, ajudaram a encerrar o ciclo do treinador que hoje comanda o rival Palmeiras.
Para seu lugar, foi realizada a contratação de Enderson Moreira. O técnico com passagens por Goiás e Grêmio foi o escolhido por já ter trabalhado com Leandro Damião nas categorias de base do Internacional e por ter experiência em lidar com jovens atletas.
Apesar da mudança, o Peixe não conseguiu alavancar seu desempenho no campeonato e logo abdicou de uma hipotética luta por uma vaga na Libertadores para voltar suas atenções na Copa do Brasil, onde a equipe da Baixada Santista chegou até as semifinais e foi eliminada pelo Cruzeiro.
Histórico do Santos nos Campeonatos Brasileiros por pontos corridos
O Santos foi o último time campeão brasileiro no formato da competição em mata-mata. Nos primeiros anos de pontos corridos, o Peixe também obteve ótimo aproveitamento. Em 2004 a equipe praiana venceu o nacional com Robinho sendo o grande personagem.
No entanto, no últimos cinco anos de disputa, o Santos se manteve sempre no meio da tabela, não almejando algo maior no campeonato. Em 2010 o Peixe abdicou da competição por já ter conquistado a Copa do Brasil e a vaga na Taça Libertadores.
Em 2011, o Santos usou o Brasileiro como preparação para o Mundial de Clubes que participara no final do ano. Já em 2012, o Peixe enfrentou uma reformulação no elenco após ser eliminado pelo Corinthians na Libertadores e não teve forças suficientes para almejar algo maior no campeonato nacional.
Em 2013, o Peixe viu Neymar, seu maior astro desde a época de Pelé, deixar o clube. Com isso, a equipe perdeu forças e fez uma campanha apenas para não ter sustos durante a competição. Em 2014, o alvinegro praiano teve um bom desempenho em jogos disputados na Vila Belmiro, porém, não conseguiu repetir as boas partidas fora de casa. Isso fez com que a equipe focasse na disputa da Copa do Brasil, onde foi eliminada pelo Cruzeiro nas semifinais.
Vovôs e meninos da Vila
O Santos já virou referência em revelação de craques para todo o mundo, isso ninguém questiona. O que sempre é colocado em dúvida é como surgem tantos talentos na Baixada Santista. Este ano, os torcedores podem ver duas gerações de “Meninos da Vila” desfilarem pelos gramados do Brasil.
Se existe alguém que que nasceu para jogar no Santos, esse jogador se chama Robinho. Menino em 2002, Robinho surge e resurge com a equipe da Vila Belmiro toda vez que veste a camisa 7 alvinegra. Em 2010, o “Rei das Pedaladas” voltou para ajudar Neymar a iniciar sua carreira e para conquistar mais títulos com o Peixe.
No ano passado, Robinho voltou para ser o grande líder de mais uma geração de jovens talentos e correspondeu. Mesmo não sendo o principal atleta da equipe, o camisa 7 chama a responsabilidade nos momentos difíceis das partidas e deixa jovens como Lucas Lima e Geovânio livres para brilharem.
Ricardo Oliveira: de esquecido a destaque
Ricardo Oliveira voltou à Vila Belmiro após 12 anos e não decepcionou. Para muitos um jogador em fim de carreira, o centroavante foi eleito o melhor jogador do Campeonato Paulista e acabou a competição como artilheiro do estadual. Seu desempenho foi tão satisfatório que a diretoria já acertou a renovação de seu contrato.
Lucas Lima é o principal jogador do Santos nesta temporada. Todas as jogadas passam pelos pés do camisa 20 e suas assistências são fundamentais para todo o sistema ofensivo alvinegro. Suas boas partidas já despertaram o interesse de times europeus e do atual campeão brasileiro Cruzeiro, mas a diretoria santista não admite perder o jogador.
Complicou? Aposta na base!
O Santos é uma das poucas equipes no Brasil que pode-se mudar jogadores ou técnicos, mas sua proposta de jogo segue inalterada. O “DNA Ofensivo” do clube faz com que o Peixe sempre seja um time de velocidade e que faça muitos gols.
Em 2015, o Alvinegro Praiano joga no 4-2-3-1, esquema tático adotado pela maioria dos clubes europeus na atualidade. A zaga é formada por David Braz e Werley. O volante Valência, muitas vezes substituido por Lucas Otávio, ajuda a proteger o sistema defensivo do Peixe.
Na armação, Renato começa as jogadas e também aparece como fator surpresa no ataque.A “meiuca” alvinegra é liderada pelo jovem Lucas Lima, que tem sido peça preponderante no Santos e sendo o grande destaque da equipe na temporada.
O diferencial do Peixe é, mais uma vez, o ataque. Geovânio e Robinho pelas pontas infernizam qualquer zaga adversária. A qualidade técnica e a velocidade dos dois jogadores têm sido o “ponto chave” do time do litoral. O camisas 7 e 11 santistas não se limitam a jogarem apenas pelos cantos do campo e, em momentos das partidas, se infiltram pelo meio para armarem as jogadas.
Outro fator que vem sendo favorável ao Peixe é o seu camisa 9. Ricardo Oliveira chegou questionado pela crítica, mas seu desempenho em alto nível acarretou em uma rápida renovação com o Santos. Reiterando seus momentos de matador de outrora, o centroavante da Vila foi o artilheiro do Campeonato Paulista, com 11 gols, e eleito o melhor jogador da competição.
…É o Santos campeão de novo!
O planejamento do Santos foi formado a partir de uma grave realidade financeira. A alternativa foi apostar novamente em seu celeiro de jovens talentos e construir uma base com jogadores veteranos, mas identificados com o clube, como Renato, Elano, Robinho e Ricardo Oliveira.
Em meio a crises no começo do ano, o presidente Modesto Roma Júnior foi eleito para recolocar o Peixe no caminho das vitórias. A crítica muitas vezes excluia a equipe da Baixada Santista da luta pelo título paulista e questionava até um possível rebaixamento no Campeonato Brasileiro.
O Santos reformulou seu elenco e calou todos os que não acreditavam em um bom desempenho da equipe na temporada. A Vila Belmiro foi fundamental para que o time conseguisse vitórias e confiança. Com a segunda melhor campanha da primeira fase no estadual, o Santos decidiu todos os confrontos da fase eliminatória em seu alçapão, feito que ajudou na conquista do estadual.
Vila Belmiro, o templo do Rei do Futebol
Todos os amantes de futebol conhecem o Estádio Urbano Caldeira, ou, simplesmente, Vila Belmiro. Considerado um alçapão pela torcida alvinegra, o Santos utiliza-se da proximidade das arquibancadas com o campo para pressionar os adversários.
A Vila tem capacidade para 16 mil lugares. O estádio é famoso por ser berço de craques como Pepe, Coutinho, Diego, Robinho, Ganso, Neymar, além de ser o gramado onde o Rei Pelé jogou mais vezes em sua carreira.
Apesar de manter seu estádio histórico, o Santos já pensa em construir uma arena maior. O Peixe, em conjunto com construtoras e parceiras, planeja possibilidades. A mais viável é a reforma e o uso do Estádio do Pacaembu, na capital paulista.
No entanto, uma nova arena na Baixada Santista ou até mesmo na cidade de São Paulo não está descartada pela diretoria alvinegra.
FICHA TÉCNICA
Nome: Santos Futebol Clube
Fundação: 14 de abril de 1912
Mascote: Baleião e Baleinha
Títulos:
Mundiais:
Copa Intercontinental: 2 (1962 e 1963).
Recopa Intercontinental: 1 (1968).
Continentais:
Libertadores da América: 3 (1962, 1963 e 2011).
Recopa Sul-Americana: 1 (2012).
Copa Conmebol: 1 (1998).
Supercopa Sulamericana: 1 (1968).
Nacionais:
Campeonato Brasileiro: 8 (1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1968, 2002 e 2004).
Copa do Brasil: 1 (2010).
Regionais:
Torneio Rio-São Paulo: 5 (1959, 1963, 1964, 1966 e 1997).
Estaduais:
Campeonato Paulista: 21 (1935, 1955, 1956, 1958, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1967, 1968, 1969, 1973, 1978, 1984, 2006, 2007, 2010, 2011, 2012 e 2015).
Deixe um comentário