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11 DE MAIO DE 2023

Cidadania viva, floresta ativa

Por: Da Redação

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A floresta Amazônica sempre teve guardiões fiéis. A começar pelos mitos: Curupira, Yara, Boitatá e muitos outros que alimentam a nossa imaginação.

Os povos nativos e seus líderes também a protegem: Raoni, Davi Kopenawa, Sonia Guajajara, Ailton Krenak, são alguns dos mais conhecidos.

Chico Mendes e Margaret Mee também foram guardiões da floresta em seu tempo, que foi curto: Chico foi assassinado em dezembro de 1988 aos 44 anos, um mês depois da morte de Margaret num acidente de carro na Inglaterra.

De lá pra cá, os olhos do mundo se voltaram para Amazônia, menos preocupados com a natureza e mais com suas riquezas.

Todos estamos cansados de ouvir que a Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do planeta, com 6,7 milhões de km2, ocupa 49% do território brasileiro e atravessa 9 países: Peru, Venezuela, Colômbia, Bolívia, Guiana, Suriname, Equador, Guiana Francesa.

Abriga a maior bacia hidrográfica do mundo, com mais de 7 milhões de km2 e a maior biodiversidade: 20% de todas as espécies animais e vegetais estão na Amazônia. Seus rios voadores são provedores de chuvas para boa parte da América do Sul. E tem papel central no combate ao aquecimento global e nas mudanças climáticas.

Mas até hoje, nenhum desses argumentos foi suficientemente forte para garantir sua proteção.

Por isso, estamos onde estamos.

Apesar da relevância vital para a sobrevivência da humanidade, a floresta vive sob constante ameaça.

O Brasil destrói cerca de 16 milhões de hectares por ano.

Entre 1985 e 2022, mais de 185 milhões hectares foram queimados, o equivalente a 21,8% de seu território, segundo a MapBiomas. Só no mês de março de 2023, a floresta perdeu 356 km² para implantação de atividades econômicas, a maioria delas nocivas ao meio ambiente.

Os indicadores demonstram que o alerta vermelho foi acionado: a floresta Amazônica precisa de novos guardiões.

Não vamos recuperar o que foi devastado nas últimas décadas, mas temos que agir para preservar o futuro.

A natureza é mais sábia e resiliente que nós humanos, mas a sustentabilidade é um trabalho coletivo e colaborativo.

Uma ação prática se torna cada dia mais urgente.

Inspirado no legado dos heróis vivos e mortos e apoiado nas inovações tecnológicas hoje disponíveis, entendo que a floresta carece de um exército de guardiões, para multiplicar a vigilância e a proteção da Amazônia.

Uma missão que cabe a todos nós.

Governos são burocráticos e negligentes, portanto a sociedade tem que entrar em cena – especialmente os jovens – afinal são os maiores beneficiários da floresta viva.

Antigamente, a tecnologia era limitada, mas hoje não.

Vigiamos a Terra sob todos os ângulos, do céu ao chão.

Temos celulares e satélites sempre focados em alguma coisa. Que tal na floresta?

O Guardiões da Floresta é uma proposta ODS e ESG, centrada no desafio de construir um planeta sustentável.

Em tese, trata-se de um convite para empresas, ONGs, pesquisadores, cidadãos, povos da floresta e estudantes interessados no tema.

O diálogo pode começar por aqui. Interessa?

Ricardo Mucci é jornalista e palestrante. ricardomucci.com

 

 

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