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28 DE AGOSTO DE 2025

Cinema e música I

Adilson Luiz Gonçalves

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Músicas foram feitas para filmes, filmes foram feitos para músicas e músicas previamente conhecidas foram incorporadas às produções, dando brilho especial e até sentido a certas cenas.

E todas se tornaram inesquecíveis. Quando as ouço no rádio, imediatamente relembro o filme.

No caso de filmes românticos relativamente recentes, destaco alguns, e as músicas que os tornaram ainda mais inesquecíveis, tão bem se adequaram às cenas e contextos.

Curiosamente, todos foram ambientados no Reino Unido e têm dias ensolarados!

“Quatro casamentos e um funeral” (1994) é uma comédia hilariante que tem ao menos duas músicas marcantes.

Uma delas é “Stand by your man” (Fique ao lado de seu homem), de Tammy Wynette, cantada pelo grupo de amigos, enquanto vão a um dos casamentos. A outra é “Love is all around” (O amor está em toda a parte), do grupo The Troggs, cantada em outro casamento.

“Doce novembro” (1997) fala sobre a compreensão do tempo de viver. Não imagino outra música que não “Only time” (Só o tempo), de Enya.

“Um lugar chamado Nothing Hill” (1999) também tem duas canções inesquecíveis, a começar por “When You Say Nothing at All” (Quando você não diz nada), de Ronan Keating, que acompanha a cena em que o protagonista caminha pela rua, cabisbaixo, enquanto todas as estações do ano passam, numa fantástica edição de imagens.

Minha única decepção foi ouvir “She” (Ela), consagrada por Charles Aznavour, ser cantada de forma totalmente sem graça por Elvis Costello.

“Simplesmente amor” (2003) termina com uma cena em que pessoas se abraçam no saguão de um aeroporto. Seria algo comum, não fosse transcorrer ao som de “God only knows” (Só Deus sabe), do The Beach Boys, música que Paul McCartney gostaria de ter composto, mas a honra coube a Brian Wilson, que recentemente nos deixou.

“O amor não tira férias” (2006) tem sua cena mais tocante quando inusitadas lágrimas de felicidade levam a protagonista a correr pela neve ao encontro de outras lágrimas, essas de saudade, ao som de “Maestro”, de Hans Zimmer, um de meus autores de trilhas sonoras favoritos.

Por fim, “Questão de tempo” (2013) é um delicioso filme que mistura romance com viagem no tempo. Após efetivarem o relacionamento, há uma cena no metrô de Londres em que eles percorrem várias vezes os mesmos corredores, ao som de “How Long Will I Love You?” (Por quanto tempo eu vou te amar?), de Ellie Goulding, cantada por artista de rua, que sorri ao acompanhar a felicidade do jovem casal.

Espero tem despertado o interesse de quem leu por esses filmes e suas músicas.

Há muitos mais, de todas as épocas, e espero que haja outros para também serem lembrados com carinho e vontade de rever, com belas músicas que os embalem, comovam e deem sentido.

 

Adilson Luiz Gonçalves é escritor, engenheiro e pesquisador universitário e membro da Academia Santista de Letras

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