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30 DE DEZEMBRO DE 2015

Como será o amanhã?

Por: Fernando De Maria

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Como será amanhã?
Responda quem puder
O que irá me acontecer?
O meu destino será
Como Deus quiser
Como será?

O trecho da música O Amanhã, interpretada pela cantora Simone e depois reproduzida por vários músicos, sintetiza bem o que esperar de 2016.
O termômetro pode ser mensurado com a expectativa particular que as pessoas têm em relação ao novo ano. Seis em cada dez santistas estão otimistas e esperam um 2016 melhor que o anterior, segundo pesquisa Enfoque/Boqnews publicada na edição passada.

Já quanto ao futuro do País, este percentual cai mais que pela metade (26,5% acreditam que 2016 será ótimo ou bom para a Nação).
Portanto, as percepções são distintas. Independente do ‘destino’ ou ‘como Deus quiser’, a única certeza que 2016 não será um ano fácil para a economia, fato que se reflete no cotidiano das pessoas.

Em âmbito regional, janeiro inicia com a oficialização do início das demissões na Usiminas, o que retirará milhões de reais em circulação e afetará principalmente a economia de Cubatão, que depende dos impostos do polo industrial, mas também da massa salarial dos 4 mil futuros desempregados (segundo estimativas divulgadas na Imprensa).

Uma massa salarial reduzida que terá efeito cascata, com eliminação de postos de trabalho de outras empresas ligadas direta ou indiretamente à Usiminas, além dos setores de comércio e serviços. O aumento da taxa de desemprego regional empurrará mais pessoas para o atendimento nos serviços públicos, seja nas áreas de saúde, educação e transporte coletivo. Além disso, há uma tendência natural de queda na arrecadação de impostos municipais, seja por menor volume de serviços, seja pela natural inadimplência.

Com queda na arrecadação e dificuldades para enfrentar esta realidade, os prefeitos terão sérias dificuldades para cumprir o último ano dos seus mandatos de forma a garantir a qualidade dos serviços públicos e os pagamentos da folha salarial dos servidores.  Aliás, atrasos salariais, a exemplo do que ocorre hoje em cidades como São Vicente, serão mais frequentes. Os sindicatos prometem endurecer as negociações para aplicar, pelo menos, a inflação de 10% no período, um novo problema à vista. Em Santos, o dissídio da categoria já ocorre em fevereiro.

Sem recursos extras, os governantes municipais terão que usar muita criatividade e investir em ações e parcerias para levar adiante suas administrações, algo que não será tão simples, pois as cidades dependem do cenário econômico nacional, que, diga-se de passagem, não é atraente.

A situação só não é mais dramática em razão dos novos recordes da movimentação portuária, devido à desvalorização do real perante o dólar, movimentando cargas, empregos e impostos, beneficiando cidades como Santos e Guarujá, em especial.

Portanto, como diz a letra da música, o destino do amanhã será ‘como Deus quiser’. Oremos, portanto, por um 2016 mais otimista.

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