Continuação do MANIFESTO Positio Fraternitatis Rosae Crucis – Parte II | Boqnews

Opiniões

06 DE AGOSTO DE 2019

Continuação do MANIFESTO Positio Fraternitatis Rosae Crucis – Parte II

Por: Da Redação

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O Ser Humano evolui através do Tempo, como o faz, aliás, tudo aquilo que participa no seu campo de vida, bem como o próprio Universo. Aí está uma característica de tudo o que existe no mundo manifesto. Mas consideramos que a evolução do Ser Humano não se limita aos aspectos materiais de sua existência, convictos que estamos de que ele tem uma alma, ou seja, uma dimensão espiritual. Conforme pensamos, é ela que dele faz um ser consciente, capaz de refletir sobre a sua origem e o seu destino. Por isso consideramos a evolução da Humanidade como um fim, a Espiritualidade como um meio e o Tempo como um revelador.

A história não é tão inteligível pelos eventos que a geram, ou que ela gera, quanto pelos elos que os unem. Por outro lado, ela tem um sentido, o que a maioria dos historiadores atuais de bom grado admite. Para compreendê-la, é preciso então levar em consideração os eventos, é verdade que como elementos isolados, mas, também, e sobretudo, como elementos de um todo. Com efeito, consideramos que um fato só é verdadeiramente histórico com relação ao conjunto a que pertence. Dissociar os dois, ou fazer de sua dissociação uma moral da História, constitui uma fraude intelectual. Assim é que há proximidades, justaposições, coincidências ou concomitâncias que nada devem ao acaso.

Como dissemos no Prólogo, vemos uma similitude entre a situação atual do mundo e a da Europa no século XVII. Aquilo que alguns já qualificam como pós-modernidade, acarretou efeitos comparáveis em numerosos campos e, infelizmente, provocou certa degenerescência da Humanidade. Mas pensamos que essa degenerescência é apenas temporária e que acabará numa Regeneração individual e coletiva, na condição, não obstante, de que os homens dêem uma direção humanista e espiritualista ao seu futuro. Se não o fizerem, estarão de fato se expondo a problemas muito mais graves do que aqueles que estão enfrentando atualmente.

Com base na nossa Ontologia, consideramos que o Ser Humano é a criatura mais evoluída dentre as que vivem na Terra, mesmo se às vezes se comporta de maneira indigna no tocante a esse status. Ele ocupa essa situação privilegiada porque é dotado de autoconsciência e de livre-arbítrio. É então capaz de pensar e orientar sua existência por suas próprias escolhas. Acreditamos também que todo ser humano é uma célula elementar de um único e o mesmo corpo, o corpo da Humanidade inteira. Em virtude deste princípio, nossa concepção do Humanismo consiste em afirmar que todos os homens deveriam ter os mesmos direitos, gozar do mesmo respeito e desfrutar a mesma liberdade, independentemente do país onde nascessem e daquele onde vivessem.

Quanto à nossa concepção da Espiritualidade, está fundada, por um lado, na convicção de que Deus existe como Inteligência absoluta que criou o Universo e tudo o que ele contém e, por outro lado, na certeza de que o Ser Humano tem uma alma que Dele emana. Melhor ainda, consideramos que Deus Se manifesta em toda a Criação através das leis que o Ser Humano deve estudar, compreender e respeitar, para sua maior felicidade. De fato, consideramos que a Humanidade evolui para a compreensão do Plano divino e está destinada a criar na Terra uma Sociedade ideal. Esse humanismo espiritualista pode parecer utópico, mas unimo-nos a Platão, que declarou em A República: “A Utopia é a forma de Sociedade ideal. Talvez seja impossível de realizar na Terra, mas é nela que um sábio deve depositar todas as suas esperanças”.

Neste período de transição da História, a Regeneração da Humanidade nos parece mais que nunca possível em virtude da convergência das consciências, da generalização das trocas internacionais, da expansão da mestiçagem cultural, da universalização da informação, bem como da interdisciplinaridade que existe desde já entre os diferentes ramos do saber. Mas consideramos que essa Regeneração, que deve funcionar tanto no plano individual quanto no coletivo, só se pode fazer privilegiando-se o

ecletismo e seu corolário, a tolerância. Com efeito, nenhuma instituição política, nenhuma religião, nenhuma filosofia, nenhuma ciência detém o monopólio da Verdade. Isto posto, podemos nos aproximar dessa Regeneração colocando em comum o que essas instituições têm de mais nobre a oferecer aos seres humanos, o que redunda em buscar a unidade através da diversidade. Cedo ou tarde, as vicissitudes da existência levam o Ser Humano a se interrogar quanto à razão de sua presença na Terra.

Essa busca de uma justificativa é natural, pois é parte Integrante da alma humana e constitui o fundamento de sua evolução. Por outro lado, os eventos que balizam a História não se justificam somente pelo fato de que existem; eles postulam uma razão que lhes é exterior. Pensamos que essa própria razão se integra a um processo espiritual que incita o Ser Humano a se questionar quanto aos mistérios da vida, donde o interesse que ele algum dia atribui ao misticismo e à “busca da Verdade”. Se essa busca é natural, acrescentamos que o Ser Humano é impelido à esperança e ao otimismo por uma injunção de sua natureza divina e por um instinto biológico de sobrevivência. Nisso, a aspiração à Transcendência aparece como uma exigência vital da espécie humana.

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