Criar novas opções | Boqnews

Opiniões

20 DE JULHO DE 2014

Criar novas opções

Por: Fernando De Maria

array(1) {
  ["tipo"]=>
  int(27)
}

Em ano eleitoral, falar sobre aumento do desemprego provoca arrepios nos políticos de situação. Afinal, ações que mexem no bolso das pessoas afetam diretamente a opinião da eleitorado.

O Brasil registrou taxa de desemprego de 7,1% no primeiro trimestre deste ano, segundo o IBGE. O número representa alta em relação ao trimestre imediatamente anterior, que atingiu 6,2%. Os números não são assustadores, em relação a outros países, como na Europa, mas mostram uma tendência do atual momento político que o País vive às vésperas de uma eleição presidencial.

Esta alta também ocorre em Santos na comparação entre pesquisas realizadas pelo NESE – Núcleo de Estudos Socioeconômicos da Unisanta. Houve um aumento de 10,3% de setembro/13 para 11,1% em março/14 entre a população economicamente ativa. Em termos numéricos, são mais 1.305 desempregados, totalizando 22.655 pessoas que estão, teoricamente, à procura de empregos na Cidade.

Na comparação da População Economicamente Ativa, houve uma queda de 5,5 mil pessoas ao longo da última década. Ou seja, pessoas que deixaram de atuar no mercado de trabalho. A estabilidade econômica onde muitos trabalhadores decidem parar em definitivo ou a própria diminuição de empregos entre os aposentados que permanecem trabalhando podem ajudar a explicar o cenário.

As mulheres são as maiores vítimas do desemprego, especialmente entre as que têm o Ensino Médio completo. O perfil dos desempregados é composto por 60% de mulheres com idades entre 16 e 39 anos, sendo que a metade é formada por jovens de 16 a 24 anos. Ainda é elevado o índice de pessoas que trabalham por conta própria. Um em cada trabalhador santista é autônomo.

Não bastasse a necessidade de geração de empregos próprios, a pouca oferta nos municípios vizinhos transforma Santos em polo principal de atração por postos de trabalho. Conforme o levantamento, 55 mil trabalhadores das cidades vizinhas se deslocam ao Município diariamente, o que demanda cada vez mais ações para atendimento à mobilidade urbana. No sentido inverso – santistas que trabalham nos municípios vizinhos – são 20 mil. Dos residentes em Santos, 89% trabalham na própria cidade, o maior índice.

Fica evidenciado, portanto, que se o desemprego cresce em Santos – cidade-pólo da Baixada – o impacto reverbera nos municípios vizinhos, ampliando o perfil de pessoas desempregadas e que passam a atuar na informalidade nestas cidades, fato que se reflete indiretamente na arrecadação dos tributos recolhidos pelas prefeituras.

Ou seja, o levantamento reforça uma triste realidade. A cidade polo oferece cada vez com mais empregos e recursos em detrimento das suas vizinhas. Sem estimular a descentralização de empregos para as cidades da região, o cenário irá perdurar. A ação contribuiria para o aumento da arrecadação e circulação de recursos nestas cidades, além da diminuição no volume de pessoas em circulação pelos municípios, com maior fixação delas melhorando a relação moradia e emprego.

Notícias relacionadas

ENFOQUE JORNAL E EDITORA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

desenvolvido por:
Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.