De água vive o homem | Boqnews

Opiniões

18 DE JULHO DE 2023

De água vive o homem

Por: Da Redação

array(1) {
  ["tipo"]=>
  int(27)
}

Algumas afirmativas, principalmente no trato da saúde, costumam me causar descrença.

Não sou negacionista. Pelo amor de Deus! Explico.

Sou um andarilho, já contei aqui, sempre que posso, dou minhas corridinhas.

Geralmente dez quilômetros, nada mais, nada menos.

Não gosto de academias, esteiras me dão tontura, quase caí ao fazer o último exame ergométrico.

Talvez prepotência, pois no penúltimo o resultado foi bastante positivo.

Escreveu a doutora que meu estado era muito bom, bem acima da média para a idade.

Agora, neste de há pouco mais de três meses, concluiu que, na desaceleração, havia uma pequena disritmia, ficando a cargo do cardiologista investigá-la.

Ainda não voltei ao médico, logo não investigou.

Mas, como algum tempo se passou, talvez seja melhor esperar completar um ano e refazer o exame.

Não é só de exercícios físicos que vive um homem.

Ficam inventando todos os tipos de prevenções alimentares.

Lembro de que, certa vez, queriam nos proibir de comer ovos. Agora está liberado. Gordura de porco, nem pensar.

Parece que não é tão vilã assim.

Vão mudando o que podem, e o que não podem, surfando em novas descobertas.

Vejam vocês o caso da água, realmente me intriga.

O corpo humano é uma peça perfeita e sempre acreditei nisso, devemos beber água quando sentimos sede.

Ora, agora querem que tomemos água o dia todo: que lubrifica a garganta, as cordas vocais, que nosso corpo é feito de não sei quantos litros, que é preciso mantê-los, que faz bem para o estômago, pele, intestino, etc.

Convenço-me, mas não me lembro de tomar água o dia todo.

Em casa, a Letícia bebe de forma comedida, mas persistente, o Lucas de baldes, a Luciane só água de coco.

Daquelas garrafas descoladas, para armazenar o precioso líquido, já tive de todas as formas e cores.

Restou uma que me acompanha sempre vazia.

Hoje, enquanto escrevo, olha-me um copinho descartável.

Enchi três vezes, mas já tive de me levantar quatro para ir ao banheiro.

Incontinência da idade? Talvez.

Para encerrar a molhada crônica (você disse aguada?), ouvi dizer que os adoçantes causam câncer.

Logo, mudei para o puro mel das abelhas que o buscam nas floradas dos laranjais das Serras Vulcânicas.

Sério, tinham três tipos: assa-peixe, laranjeira e eucalipto. Entrei no de laranjeira.

Como estou me cuidando, a Luciane trouxe-me um vidrinho de própolis de quando foi atacada por uma forte tosse: fruto pandêmico.

Logo de madrugadinha coloco o mel, dez gotas de própolis, uma pouco de café, completo com leite quente, misturo bem e tomo.

Até quando vai durar? Não sei. Até inventarem outra moda.

 

Fernando Dezena é escritor, membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista, SP, diretor da União Brasileira de Escritores, curador literário do Espaço Cultural da Boca do Leão.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias relacionadas

ENFOQUE JORNAL E EDITORA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

desenvolvido por:
Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.