Desafios à qualificação | Boqnews
Foto: Divulgação Empregos na Baixada Santista

Opiniões

07 DE OUTUBRO DE 2019

Desafios à qualificação

Por: Humberto Challoub

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Estudo recente realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), denominado de “Mapa do Trabalho Industrial 2019-2023”, estima a necessidade de que 10,5 milhões de trabalhadores terão de ser qualificados até 2023 para atendimento das necessidades da indústria, a partir das perspectivas criadas pela retomada do crescimento da economia brasileira. O levantamento indica que os trabalhadores terão de ser treinados para atender às necessidades das novas formas de produção, especialmente com o uso de novas tecnologias.

Apesar das boas perspectivas criadas a partir da confirmação de investimentos em diversos setores da cadeia produtiva, a escassez de mão de obra qualificada há muito é considerada como um dos principais entraves para o País alcançar o patamar de desenvolvimento almejado. Não é de hoje que as empresas instaladas no Brasil reclamam das dificuldades em contratar pessoal especializado para os desafios impostos pelos novos métodos de produção, uma realidade que impactará profundamente os negócios nas próximas décadas.

Os reflexos dessa deficiência também já foram constatados pelo Sistema Nacional de Empregos do Ministério do Trabalho e Emprego: cerca 40% das vagas ofertadas pela rede pública de agências mantidas pelo órgão não têm sido preenchidas anualmente pela ausência de profissionais habilitados para o trabalho.

Os desafios a serem superados para evitar os prejuízos causados pelo que é chamado de “apagão da mão de obra” são imensos, especialmente quando se sabe que a retomada do desenvolvimento se dá a partir da realização de grandes obras de infraestrutura e pelo movimento provocado em razão dos avanços dos meios digitais. Instituições envolvidas em gestão de recursos humanos e preparação de quadros de pessoal estimam que o Brasil precisará formar, nos próximos cinco anos, mais 15 milhões de profissionais qualificados para atender a contento a toda essa demanda.

A contínua negligência com as políticas de educação pública, fruto do desinteresse irresponsável de governos seguidos, condenou o trabalhador brasileiro à desqualificação. A tarefa de preparar a mão de obra necessária para alavancar o desenvolvimento brasileiro passa obrigatoriamente por uma política de educação consistente, com a valorização do ensino básico e profissionalizante, este último muitas vezes considerado uma atividade menor. Sem isso, dificilmente será possível formar novas gerações de profissionais capazes de ocupar, com eficiência e responsabilidade, as oportunidades a serem oferecidas.

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