Realidade há muito conhecida, extinguir os sucessivos déficits orçamentários do País, que somente este ano deverá superar R$ 150 bilhões, é um dos grande desafios que o futuro Governo, seja ele quem for, terá que enfrentar para recuperar a capacidade de investimento do Brasil a partir do próximo ano.
Apesar de impopulares, especialmente porque terá que adotar medidas que determinem o fim de subsídios e promovam o aumento de tributos em áreas específicas, o remédio amargo terá que ser ministrado para assegurar, no atual estágio da economia brasileira, a redução dos ímpetos inflacionários que se revelam acentuados em vários setores, especialmente nos segmentos de varejo que incorporam as recentes elevação dos preços dos insumos básicos, como combustíveis e energia elétrica.
Apesar de coerente e lógica, o futuro presidente terá a difícil missão de reverter um quadro configurado diante da constatação de que o sacrifício imposto aos empresários e, principalmente à população, não tem sido compartilhado no âmbito governamental, que nunca demonstrou efetivamente qualquer disposição de cortar gastos e mordomias.
Como agravante, se soma a constante elevação das despesas decorrentes dos aumentos salariais e verbas destinadas aos parlamentares, o que demonstra, mais uma vez, a imensa distância que separa os interesses dos representantes políticos da sociedade brasileira.
Inoportuna e despropositada, a farra salarial e as benesses do setor público representam uma contradição diante do atual momento econômico vivido no País, uma vez que implica no crescimento dos gastos em um cenário recessivo. São muitos custos e poucos benefícios, especialmente diante do cenário preconizado para este ano. Afinal, o custeio das instituições que alicerçam o regime político brasileiro já é por demais oneroso diante as imensas necessidades da população.
Há de se reconhecer que o estado democrático trouxe benefícios para os brasileiros, porém faz-se necessário o seu aprimoramento para a supressão das imperfeições nele identificadas. Nesse sentido, espera-se que o próximo Governo, em conjunto com o Congresso, se dedique com maior afinco à tarefa de promover as reformas que o País tanto espera e precisa, na qual, sem dúvida, se inclui a revisão da legislação e dos princípios que norteiam o sistema político vigente.
Cobrar transparência no uso dos recursos públicos e, sobretudo, fiscalizar os atos e ações dos mandatários eleitos representam, juntamente com o exercício do voto, a única fórmula realmente capaz de moralizar, de forma eficaz e perene, o atual sistema de representação política.
Deixe um comentário