Desafios contra o pessimismo | Boqnews

Opiniões

29 DE DEZEMBRO DE 2014

Desafios contra o pessimismo

Por: Humberto Challoub

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Apesar do quadro pessimista criado nos últimos meses em razão da perspectiva de recessão econômica prenunciada para 2015, motivado pelo desequilibro das contas públicas, o País pode amenizar os efeitos da crise caso as iniciativas de austeridade fiscal, anunciadas pelo novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sejam adotadas de forma efetiva. Mesmo considerando as dificuldades que serão geradas pela redução dos recursos disponíveis para a manutenção dos projetos sociais e de infraestrutura em curso, e pela desaceleração do ritmo de crescimento das potências econômicas e nações emergentes, o Brasil poderá consolidar agora – e de forma definitiva – sua posição autônoma diante das muitas variáveis do cenário internacional.

Fortalecido pela expansão de seu parque industrial instalado a partir do ingresso de grandes somas de capitais estrangeiros e consolidado como importante protagonista do setor de agronegócio, o País enfrenta o desafio de saber administrar de forma racional e eficiente suas contas internas, assegurando assim a sequência dos projetos de desenvolvimento. Neste sentido, os governos federal, estaduais e municipais deverão cumprir papel preponderante e responsável, uma vez que dispõem das condições políticas e dos componentes necessários para garantir investimentos em setores essenciais, especialmente em iniciativas que assegurem a oferta de postos de trabalho, especialmente os que atendem as famílias de baixa renda.

Da mesma forma, mais do que nunca, o momento torna-se propício à retomada das discussões em torno da urgência em se promover uma ampla reforma do sistema tributário nacional, que há muito é reclamada pelos setores produtivos. Somente a geração e distribuição de renda por meio da atividade produtiva, com a consequente ampliação da massa salarial dos brasileiros, irá alicerçar a criação de um mercado consumidor interno equilibrado, capaz de evitar que o País fique sempre à mercê das especulações e às variáveis externas, que por muito tempo obrigaram governos brasileiros deficitários a recorrer à agiotagem camuflada mantida por organismos internacionais dirigidos pelas nações mais ricas.

Igualmente relevante deve ser a atenção disponibilizada à formação educacional das novas gerações, em todos os seus níveis. Sem uma política consistente de capacitação, qualificação profissional e estímulo às pesquisas tecnológicas torna-se impossível construir uma nação moderna e justa com seus habitantes. O Brasil pode e deve contrariar a tendência pessimista prenunciada para 2015, demonstrando competência para reduzir as imensas diferenças sociais que ainda geram miséria e violência. E é isso, por certo, que a sociedade brasileira almeja para o seu futuro.

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